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Rússia compra milhões de foguetes e munições da Coreia do Norte, diz EUA

Inteligência dos EUA avalia que acordo mostra que a Rússia continua enfrentando escassez de oferta à medida que a invasão da Ucrânia continua

Por Da Redação
6 set 2022, 09h08

Uma descoberta do serviço de inteligência dos Estados Unidos, que recém-perdeu o selo de sigilo, indicou que Rússia está comprando milhões de foguetes e projéteis da Coreia do Norte para apoiar sua invasão da Ucrânia.

Segundo avaliação da inteligência americana, o fato do Ministério da Defesa russo ter se voltado para Pyongyang demonstrou que “os militares russos continuam sofrendo com a grave escassez de equipamentos na Ucrânia, em parte devido a controles de exportação e sanções”.

A descoberta foi reportada pela primeira vez pelo jornal americano The New York Times, e os Estados Unidos não revelaram exatamente quantas armas a Rússia pretendia comprar da Coreia do Norte.

A descoberta ocorre depois que o governo de Joe Biden confirmou que os militares russos receberam drones fabricados pelo Irã em agosto para uso no campo de batalha na Ucrânia. A Casa Branca disse na semana passada, contudo, que a Rússia enfrentou problemas técnicos com os drones.

Na segunda-feira, Yuriy Ignat, porta-voz da Força Aérea da Ucrânia, disse que os drones fabricados no Irã podem transportar três vezes mais munições do que os Bayaktars fabricados na Turquia usados ​​pelas forças ucranianas. Ele disse acreditar que a defesa aérea ucraniana era capaz de derrubá-los.

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“A única coisa que precisa ser (levada em consideração) é que este é um drone de ataque moderno. Mas não sabemos a qualidade de sua produção, porque o Irã (o fabricou) com peças contrabandeadas, porque o país está sob sanções”, disse Ignat em aparição na TV Espreso da Ucrânia.

Qualquer venda de armas à Rússia pela Coreia do Norte seria uma violação das resoluções das Nações Unidas, que proíbem Pyongyang de exportar ou importar armas de outros países. Mas a Coreia do Norte tem procurado a todo custo fortalecer as relações com o Kremlin, à medida que a Europa e o Ocidente se afastam do país. O regime de Kim Jong-un culpou os Estados Unidos pela crise na Ucrânia e afirmou que a “política hegemônica” do Ocidente justifica a ação militar da Rússia na Ucrânia para se proteger.

O presidente russo, Vladimir Putin, e o líder norte-coreano trocaram cartas recentemente, nas quais pediam uma cooperação “abrangente” e “estratégica e tática” entre os países. Moscou também se juntou à Coreia do Norte ao condenar a retomada, no mês passado, de exercícios militares conjuntos em larga escala envolvendo os Estados Unidos e a Coreia do Sul, que Pyongyang vê como um ensaio para uma invasão.

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A Rússia, com a China, pediu a flexibilização das sanções das Nações Unidas impostas em resposta aos testes nucleares e de mísseis balísticos da Coreia do Norte. Isso vai contra sua própria resolução em 2006, quando, como membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas, eles aprovaram 11 rodadas de sanções contra Pyongyang .

A Coreia do Norte também disse que está pronta para enviar trabalhadores da área de construção civil para ajudar a reconstruir os territórios ocupados pelos russos na Ucrânia, violando uma resolução das Nações Unidas que exigia que os Estados membros repatriassem todos os trabalhadores norte-coreanos de seus territórios até 2019.

O embaixador da Coreia do Norte em Moscou encontrou-se recentemente com enviados de duas regiões separatistas apoiados pela Rússia na região de Donbas, na Ucrânia, e expressou otimismo sobre a cooperação no “campo da imigração laboral”, citando a flexibilização dos controles pandêmicos nas fronteiras de seu país.

Em julho, a Coreia do Norte se tornou o único país, além da Rússia e da Síria, a reconhecer as autoproclamadas repúblicas de Luhansk e Donetsk, alinhando-se ainda mais com a Rússia sobre o conflito na Ucrânia.

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