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Rússia culpa oficial ucraniana por assassinato de filha do ‘guru’ de Putin

O Kremlin acusou uma agente dos serviços especiais ucranianos de segurança de plantar uma bomba no carro de Darya Dugina; Ucrânia nega envolvimento

Por Da Redação
22 ago 2022, 12h46

A Rússia culpou, nesta segunda-feira, 22, uma agente do serviço de segurança da Ucrânia pela explosão de um carro-bomba que matou Darya Dugina, comentarista política e filha do proeminente ideólogo ultranacionalista Alexander Dugin – conhecido como o “guru” do presidente Vladimir Putin.

“O assassinato da jornalista Darya Dugina foi resolvido, foi planejado pelos serviços especiais ucranianos, por um cidadão da Ucrânia”, informou a agência de notícias estatal TASS. O serviço de segurança russo apontou uma mulher como autora do assassinato e disse que ela havia fugido para a Estônia após o ataque.

Foi estabelecido que “o crime foi preparado e cometido pelos serviços especiais ucranianos”, segundo a TASS.

O Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB) disse que a suspeita havia chegado à Rússia em 23 de julho de 2022, junto com sua filha, de acordo com a TASS. A dupla participou de um festival perto de Moscou no sábado, onde Dugina foi convidada de honra.

O FSB disse que, depois de detonar remotamente explosivos plantados no carro de Dugina, a dupla dirigiu pela região de Pskov até a Estônia, uma viagem de cerca de 12 horas. Segundo o serviço de segurança russo, a mulher havia alugado um apartamento em Moscou no mesmo prédio onde Dugina morava e usava um carro para monitorar a jornalista.

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A agência TASS reportou, ainda, que a mulher usou uma variedade de documentos de identidade. Ela teria entrado na Rússia com um documento emitido pela autodeclarada República Popular de Donetsk, gerida por separatistas pró-Rússia, e saiu do país com um documento ucraniano.

As informações da TASS ainda não foram verificadas de forma independente.

Mais cedo, um funcionário do Ministério das Relações Exteriores da Rússia deu a entender que as estruturas estatais ucranianas foram responsáveis ​​pela explosão, uma alegação que as autoridades ucranianas negaram.

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“A Ucrânia definitivamente não tem nada a ver com isso, porque não somos um Estado criminoso, como a Federação Russa é, e mais ainda, não somos um Estado terrorista”, disse Mykhailo Podolyak, assessor do Chefe do Gabinete do Presidente da Ucrânia.

+ ‘Já não é mais possível ter solução diplomática’, diz Rússia sobre guerra

Na segunda-feira, Podolyak publicou um tuíte em que diz: “A propaganda russa vive em um mundo fictício: uma mulher ucraniana e seu filho de 12 anos foram ‘designados’ responsáveis ​​por explodir o carro da propagandista Dugina. Surpreendentemente, não encontraram o ‘visto estoniano’ no local do incidente”, disse ele, uma referência à alegação do FSB de que a mulher havia fugido para a Estônia.

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O presidente Putin chamou a morte de Dugina de “um crime vil e cruel”.

“Um crime vil e cruel cortou a vida de Darya Dugina, uma pessoa brilhante e talentosa com um verdadeiro coração russo – gentil, amoroso, simpático e aberto. Jornalista, cientista, filósofa, correspondente de guerra, ela serviu honestamente ao povo, à Pátria, ela provou por atos o que significa ser um patriota da Rússia”, disse em um comunicado.

Alexander Dugin, pai de Darya, é o sumo sacerdote de uma vertente de nacionalismo russo que se tornou cada vez mais influente em Moscou.

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Aos 60 anos, de uma família de oficiais militares russos, sua jornada foi notável: de ideólogo marginal a líder de uma proeminente corrente de pensamento na Rússia que a vê no coração de um império “eurasiano” que desafia a decadência ocidental. Ele é o fundador do termo “o mundo russo”.

Dugin ajudou a reviver a expressão “Novorossiya” ou Nova Rússia – que incluía os territórios de partes da Ucrânia – antes da anexação da Crimeia em 2014. Putin usou a palavra ao declarar a Crimeia parte da Rússia em março daquele ano.

De acordo com familiares citados pela mídia russa, Dugin pai – defensor ferrenho da ofensiva do Kremlin na Ucrânia – foi o provável alvo da explosão, já que sua filha pegou seu carro emprestado no último minuto.

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