O ex-presidente russo Dmitry Medvedev, agora vice-presidente do Conselho de Segurança do país, disse nesta sexta-feira, 12, que Moscou consideraria qualquer ajuda militar do Reino Unido à Ucrânia como uma declaração de guerra.
“Espero que os nossos eternos inimigos – os arrogantes britânicos – compreendam que enviar um contingente militar oficial para a Ucrânia seria uma declaração de guerra contra o nosso país”, bradou Medvedev em sua conta no aplicativo de mensagens Telegram.
Os comentários do importante aliado do presidente da Rússia, Vladimir Putin, surgem no mesmo dia de uma visita do primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, a Kiev para anunciar um novo acordo militar com os ucranianos.
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Medvedev questionou ainda como o povo britânico reagiria caso a delegação de Sunak fosse atacada por munições cluster no centro da capital da Ucrânia, algo que teria acontecido recentemente com civis russos na cidade de Belgorod, ao sul. O ex-presidente russo é reconhecido por expressar o que há de mais radical entre os componentes do Kremlin.
O acordo
O acordo que despertou a ira da autoridade russa foi assinado nesta sexta-feira pelo chefe do Parlamento britânico e pelo presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. No documento, o Reino Unido se compromete a aumentar o financiamento militar, o que permitiria a compra de novos drones de combate ao parceiro em guerra.
Zelensky não poupou adjetivos ao falar do tratado, e o definiu como um “acordo de segurança sem precedentes”. Segundo ele, a medida permanecerá em vigor até a Ucrânia aderir à Otan, a principal aliança militar ocidental.
“Estou satisfeito por termos concluído o primeiro acordo com o Reino Unido. Esta é a base para trabalhar com outros parceiros”, disse o líder ucraniano.
Há quase dois anos em combate com os russos, Zelensky disse ainda que acredita numa parceria mais ampla com os britânicos, com mais acordos para o setor, caso seja necessário.