Rússia diz que conversas com EUA sobre Ucrânia se ‘intensificaram’ nos últimos dias
Porta-voz do Kremlin confirmou contatos entre departamentos, mas não deu mais detalhes sobre relações entre países

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou nesta quarta-feira, 5, que conversas entre Moscou e Washington estão em andamento e se intensificaram nas últimas semanas.
“Há de fato contatos entre departamentos específicos, e eles se intensificaram recentemente. Mas não posso dar mais detalhes, não há nada mais a ser falado”, disse Peskov, segundo a mídia estatal, quando perguntado sobre a declaração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que Washington está conduzindo negociações ativas sobre a guerra na Ucrânia tanto com Kiev quanto com Moscou.
Pouco depois da posse de Trump, em 20 janeiro, o presidente russo, Vladimir Putin, disse estar pronto para conversar com o republicano e que Moscou esperava apenas um sinal verde de Washington, uma indicação positiva apesar das pressões da Casa Branca pelo fim da guerra na Ucrânia.
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Ainda em janeiro, em discurso ao Fórum Econômico Mundial em Davos, Trump disse que queria se encontrar com Putin o mais rápido possível para encerrar o conflito e expressou seu desejo de trabalhar para cortar armas nucleares, algo que o Kremlin indicou que o líder russo também queria. No entanto, um dia antes, o novo presidente americano ameaçou impor tarifas e sanções duras contra a Rússia caso se recusasse a sentar à mesa de negociações.
Durante a campanha eleitoral, Trump declarou diversas vezes que teria um acordo em vigor entre a Ucrânia e a Rússia em seu primeiro dia na Casa Branca. No fim de outubro, no entanto, ele fez uma mudança sutil em sua retórica e começou a dizer que poderia resolver a guerra “muito rapidamente”.
Dando um choque de realidade à maior promessa de política externa de Trump, assessores do presidente reconheceram, porém, que a guerra ainda levará meses, ou até mais, para ser resolvida.
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À agência de notícias Reuters, dois conselheiros do republicano disseram que as declarações eram em parte discurso eleitoral, mas também expressam uma falta de entendimento da intratabilidade do conflito.
A avaliação dos dois conselheiros segue observações do novo enviado especial de Trump para a Rússia e a Ucrânia, o tenente-general aposentado Keith Kellogg. Em entrevista à Fox News, ele disse que gostaria de ter uma “solução” para a guerra dentro de 100 dias, muito além do cronograma original do presidente eleito.