As eleições presidenciais da Rússia em março de 2024 vão acontecer também nas quatro regiões da Ucrânia que Moscou anexou como parte de seu território em setembro do ano passado, afirmou nesta segunda-feira, 11, a agência de notícias estatal russa Interfax, citando a comissão eleitoral central. Atualmente, as áreas estão sob lei marcial.
A mensagem que Moscou pode transmitir ao realizar eleições no que chama de “novos territórios” será politicamente importante para o Kremlin. Porém, o pleito deve ser marcado por desafios logísticos e de segurança, porque os soldados russos controlam apenas parcialmente as quatro regiões.
Intransigência ucraniana
A Ucrânia já disse que qualquer votação russa nas regiões de Donetsk, Luhansk, Zaporizhzhia e Kherson não vai ter efeito. Além disso, Kiev prometeu processar quaisquer observadores enviados para monitorar os pleitos.
Sete meses após a invasão da Ucrânia, a Rússia entrou com um pedido de anexação dos territórios, que foi rejeitado como ilegal por Kiev e pela maioria dos países na Assembleia Geral das Nações Unidas.
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Putin concorre novamente
Na última sexta-feira, 8, o líder russo, Vladimir Putin, afirmou que concorrerá novamente à presidência nas eleições de março do ano que vem. A confirmação, feita perante alguns soldados russos condecorados pelo seu papel na guerra na Ucrânia, foi “espontânea”, segundo o Kremlin.
Analistas não esperam que ele enfrente nenhuma concorrência séria. Putin já serviu como líder do país por mais tempo do que qualquer outro governante da Rússia desde Josef Stalin e, caso eleito, pode prolongar a sua presidência a 24 anos. Com o apoio do Estado e meios de comunicação e quase sem nenhuma dissidência pública, a eleição é vista como uma mera formalidade.
Seus apoiadores, porém, defendem que seu poder é legítimo. Sondagens independentes apontaram que o presidente tem um índice de aprovação superior a 80%. Grande parte da população russa acredita que Putin restaurou a ordem e parte da influência que o país perdeu durante o colapso da União Soviética.