Rússia diz que entrada de Finlândia e Suécia na Otan ‘terá consequências’
Segundo o Ministério das Relações Exteriores russo, a decisão é um 'erro grave' que vai aumentar a tensão militar na região
O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov, afirmou nesta segunda-feira, 16, que a adesão da Finlândia e da Suécia à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) seria um “erro grave” com “consequências de longo alcance”, segundo a agência de notícias estatal TASS. Enquanto isso, o presidente russo, Vladimir Putin, disse que a medida “certamente provocará nossa resposta”.
“Qual resposta será… Veremos quais ameaças são criadas para nós. Problemas estão sendo criados sem nenhum motivo e vamos reagir de acordo”, afirmou ele em reunião da Organização do Tratado de Segurança Coletiva, aliança militar semelhante à Otan que congrega seis ex-Estados soviéticos.
No domingo 15, o governo da Finlândia sinalizou sua intenção de ingressar na aliança militar, deixando para trás décadas de neutralidade e ignorando as ameaças russas de retaliação. A decisão foi tomada em meio a esforços da nação de tentar fortalecer sua segurança frente à guerra na Ucrânia.
O partido que governa a Suécia disse, também no domingo, que seguirá a Finlândia na adesão à Otan.
“Eles não devem ter ilusões de que simplesmente vamos tolerar isso”, disse Ryabkov, segundo a TASS, chamando a decisão de ambos os países de “outro erro grave com consequências de longo alcance”.
A adesão da Finlândia à Otan – que provavelmente ainda levará meses para se concretizar – traria a aliança militar liderada pelos Estados Unidos à porta da Rússia, já que as duas nações compartilham uma fronteira de 1.335 quilômetros.
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“O fato de que a segurança da Suécia, como a da Finlândia, não será reforçada como resultado desta decisão, é completamente óbvio para nós”, disse Ryabkov, segundo a TASS.
“O nível geral de tensão militar aumentará e haverá menos previsibilidade nesta área. É uma pena que o bom senso esteja sendo sacrificado por ideias fantasmas sobre o que deve ser feito na situação atual”, completou o vice-ministro das Relações Exteriores.
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