As condições impostas pelos Estados Unidos ao Irã para negociar um novo acordo nuclear e suspender as novas sanções econômicas são “absolutamente inaceitáveis para Teerã”, advertiu nesta quarta-feira (23) a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova.
“A campanha contra o Irã está crescendo nos Estados Unidos, na medida que Washington optou pela política de ultimatos e de ameaças contra o Irã”, disse Zakharova em entrevista coletiva, segundo a agência russa Tass. “Isso não está em linha com o espírito do acordo (assinado por seis potências e Teerã em 2015) sobre o programa nuclear do Irã e vai além das relações normais entre dois países”, completou.
A Rússia, acrescentou Zakharova, considera “ilegítimas” as últimas sanções adotadas pelo governo de Donald Trump contra Teerã e “tem a intenção de seguir no caminho da cooperação multilateral” com esse país.
“Nós nunca apoiaremos a política unilateral de sanções e nunca faremos isso, já que as consideramos ilegais. Estamos determinados a avançar na nossa ampla cooperação com o Irã”, afirmou ela.
Os Estados Unidos se retiraram unilateralmente do acordo de 2015, no dia 8 de maio, acusando Teerã de ter continuado seu programa nuclear militar e de apoiar atividades terroristas no Oriente Médio. Desde então, têm imposto sanções, sobretudo às áreas financeira e petroleira iranianas.
O futuro do acordo será discutido no próximo dia 25, em Viena, pelos demais signatários – Rússia, França, Reino Unido, China e Alemanha. Segundo Zakharova, os Estados Unidos não estarão presentes nesse primeiro encontro.
No último dia 21, o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, anunciou 12 condições para um novo acordo com o Irã, que envolvem o desmantelamento total dos programas nuclear e de mísseis balísticos e o fim da ingerência iraniana em conflitos no Oriente Médio, sobretudo na Síria, no Iraque e no Iêmen.
Os EUA também exigem o fim do programa de desenvolvimento de mísseis balísticos, a libertação dos americanos detidos no Irã e o fim do apoio ao grupo libanês Hezbollah, ao palestino Hamas e Jihad Islâmica, às “milícias xiitas” no Iraque e aos houthis no Iêmen.
(Com EFE)