Rússia enviará norte-coreanos à linha de frente na Ucrânia em dois dias, diz Zelensky
O presidente ucraniano descreveu a mobilização de soldados da Coreia do Norte como uma 'escalada clara' da guerra
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse nesta sexta-feira, 25, que os primeiros soldados norte-coreanos em treinamento na Rússia devem ser enviados para apoiar o Exército russo na linha de frente já nos próximos dias, a partir de 27 ou 28 de outubro, citando informações dos serviços de inteligência ucranianos.
“De acordo com a (agência de) inteligência, espera-se que os primeiros soldados norte-coreanos sejam enviados pela Rússia para zonas de combate já de 27 a 28 de outubro. Esta é uma escalada clara pela Rússia”, disse Zelensky no X, antigo Twitter, sem mencionar para qual setor da linha de frente os soldados seriam enviados.
A inteligência militar ucraniana afirmou na quinta-feira que as primeiras unidades norte-coreanos já haviam chegado à região russa de Kursk, onde a Ucrânia lançou uma grande incursão em agosto, e que cerca de 12 mil soldados, incluindo 500 oficiais e três generais, estão recebendo treinamento em cinco bases militares na Rússia.
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Na quarta-feira, a agência de inteligência da Coreia do Sul e o Departamento de Defesa dos Estados Unidos afirmaram que haviam evidências de que a Coreia do Norte enviou pelo menos 3 mil soldados para a Rússia com objetivo de apoiar o país na guerra na Ucrânia, movimento que o Ocidente vê como uma escalada significativa da guerra.
A notícia veio após Putin e o ditador norte-coreano, Kim Jong-un, assinaram em junho um “acordo de associação estratégica”, que prevê defesa mútua em caso de ataques.
O que diz Putin
A declaração do líder ucraniano acontece no mesmo dia em que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse cabe apenas ao seu país decidir ou não usar os soldados norte-coreanas na guerra na Ucrânia. O Chefe do Kremlin afirmou ainda que Moscou pode fazer o que quiser para garantir sua própria segurança caso a Ucrânia queira se juntar à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
“Quando tivermos que decidir algo, decidiremos. Mas é nossa decisão soberana se vamos fazer isso, se não vamos, se precisamos disso”, disse Putin em discurso na televisão estatal russa. “Isso é da nossa conta.”
Na quinta-feira, o líder russo acusou os países da Otan de agravarem o cenário da guerra na Ucrânia. “Sabemos quem está presente lá, quais países europeus da Otan e como eles realizam esse trabalho”, afirmou ele.