Rússia faz nova ofensiva às fontes de energia da Ucrânia
País vai importar eletricidade da Europa e presidente pede urgência na instalação de painéis solares em hospitais e escolas.

Com o objetivo de minar as forças ucranianas de produção de armas, a Rússia promoveu novamente intensos ataques no leste e sul no país com foco nas instalações de energia neste sábado, 22. Trata-se da oitava ofensiva dos últimos três meses. Estima-se que pelo menos sete pessoas tenham morrido. O exército russo lançou 16 mísseis e 13 drones. A maior parte do arsenal foi derrubada pelo sistema antiaéreo, de acordo com o governo ucraniano, mas quatro deles passaram provocando muitos estragos.
Foram atingidas instalações em Zaporizhizhia, região ao leste controlada em parte pelos russos, e Liviv, a oeste, cidade que desde o início da guerra, em 2022, recebeu embaixadas, agências do governo e empresas de mídia, que migraram da capital do país. No nordeste do país, o alvo foi Kharkiv, onde 37 pessoas ficaram feridas e três morreram. Em Donetsk, no sul, também parcialmente controlada pelos inimigos, contabiliza-se cinco vítimas fatais.
Como os equipamentos foram severamente danificadas, o país está sem capacidade geradora de energia e precisou importá-la da Europa. Desde que começou a guerra, a Rússia conseguiu diminuir pela metade as fontes energéticas ucranianas. A situação é preocupante e levou o presidente Volodimir Zelenski pedir, antes mesmo do último ataque de sábado, a instalação urgente de painéis solares em hospitais e escolas.
No mês passado, Zelenski já se referia a necessidade da construção energética do país, que, nas palavras dele, exige “enormes esforços e fundos”, entre eles, a duplicação do preço da tarifa de energia– uma decisão dura para uma população já tão abaladas pelo conflito. Em paralelo, ele tem sido incansável nos apelos internacionais, que também inclui a necessidade de mais armas. Em março a Organização das Nações Unidas destinou 40 milhões de dólares em fundos de emergência para a Ucrânia. Recentemente, na Itália, na última reunião de cúpula do G7, os líderes chegaram a acordo de emprestar 50 bilhões dos ativos russos congelados no exterior à Ucrânia desde que começou a guerra, há dois anos.