Rússia fecha o cerco contra cidade ucraniana e abre espaço para futuros avanços

Forças russas estão lentamente fechando o cerco sobre Pokrovsk, uma cidade estrategicamente importante no leste da Ucrânia, enquanto Kiev tenta manter o controle da região, de acordo com uma análise da agência de notícias Reuters publicada nesta sexta-feira, 31. Com suas principais rodovias e ferrovias sob ameaça, a queda de Pokrovsk comprometeria a defesa ucraniana e abriria caminho para novos avanços russos na região.

Localizada na região de Donetsk, Pokrovsk já foi um centro urbano de 60 mil habitantes. Hoje, restam apenas 7 mil, à medida que bombardeios constantes e a ameaça de um cerco total forçam os moradores a fugir. A cidade ocupa um ponto estratégico na rede de abastecimento das tropas ucranianas, ligando postos avançados críticos como Chasiv Yar e Kostiantynivka, em tem alta importância militar, já que abriga uma mina de carvão essencial para a indústria siderúrgica nacional. 

Se capturada, Pokrovsk daria à Rússia uma posição estratégica para isolar áreas controladas por Kiev e dificultar o transporte de suprimentos e tropas ao longo da linha de frente. Além disso, a cidade é considerada a porta de entrada para Donetsk, uma das regiões que Moscou reivindica desde sua anexação unilateral em 2022.

Nova estratégia russa 

Diferente de ofensivas anteriores, marcadas por ataques diretos e combates urbanos intensos, as tropas russas agora tentam cercar Pokrovsk em um movimento de pinça a partir do sudeste e sudoeste. Ao capturar uma série de vilarejos ao sul da cidade, Moscou busca cortar as principais rotas de abastecimento e forçar a retirada das tropas ucranianas sem a necessidade de combates prolongados dentro da cidade.

Para tentar conter o avanço russo em Pokrovsk, Kyiv trocou o comando da frente oriental, substituindo o brigadeiro-general Andriy Hnatov pelo major-general Mykhailo Drapatyi, um líder respeitado entre os militares. No entanto, a Ucrânia enfrenta um desafio ainda maior: a falta de soldados. Com dificuldades de recrutamento e um aumento nas deserções, manter as linhas de defesa se torna cada vez mais difícil.

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