Rússia impõe condições para restaurar energia na Ucrânia em meio a apagões
Autoridade russa promete interromper ataques que causaram apagões se Kiev reconhecer demandas de Moscou na guerra
O vice-chefe do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitry Medvedev, anunciou condições para normalizar o fornecimento de energia na Ucrânia. Nas últimas semanas, ataques de forças russas a usinas de energia e redes elétricas ucranianas provocaram apagões em Kiev.
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“O caminho para a estabilidade do fornecimento de energia é diferente. É necessário reconhecer a legitimidade das demandas da Rússia no âmbito da operação militar especial e seus resultados, refletidos em nossa Constituição. E então a luz se acenderá…”, disse Medvedev em seu canal do Telegram na sexta-feira, 28.
A declaração do ex-presidente e ex-primeiro-ministro russo vem dias após empresas de energia da Ucrânia reclamarem de ataques a suas infraestruturas. Na semana passada, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse que 30% das usinas de energia da Ucrânia foram destruídas, causando apagões em todo o país.
As interrupções de energia de emergência em Kiev continuam na manhã desta sexta-feira, enquanto a cidade luta para reparar “danos significativos” às instalações da DTEK, empresa de energia local.
Em comunicado, a companhia alertou que “quedas de energia mais longas são possíveis” e recomendou que moradores da região usem a eletricidade “com moderação”, especialmente de manhã e à noite.
Diante da situação, o governo ucraniano decidiu restringir o fornecimento de energia, incluindo a iluminação pública em toda a Ucrânia das 7h às 11h, como estratégia de racionamento.
O abastecimento de água da cidade costeira de Mykolaiv, no sul da Ucrânia, também foi alvo de sabotagem russa, de acordo com uma investigação da emissora britânica BBC, apoiada por especialistas das Nações Unidas.
A escassez de recursos vitais em Kiev levantaram temores de que a população poderá enfrentar um período de inverno difícil.