O Parlamento da Rússia aprovou nesta sexta-feira, 4, uma lei que pune a divulgação de “informações falsas” sobre as forças armadas russas. A partir de sábado, 5, a lei entrará em vigor, e a pena para quem cometer o crime pode chegar a até 15 anos de prisão. A nova medida é a mais recente força de Vladimir Putin para criminalizar qualquer oposição política e reportagens independentes durante sua guerra contra a Ucrânia.
“Aqueles que mentiram e fizeram declarações desacreditando nossas forças armadas serão forçados a sofrer punições muito severas”, disse Vyacheslav Volodin, presidente da câmara baixa do Parlamento russo.
Entre as “informações falsas” proibidas pelo Kremlin estão chamar o conflito em território ucraniano de guerra ou invasão nas redes sociais ou em sites e transmissões jornalísticas. O governo russo afirma ser uma “operação militar”. O acesso ao Facebook e outros sites também foi bloqueado no país.
Os meios de comunicação independentes da Rússia já começaram a fechar nos últimos dias. O último grande jornal independente da Rússia, Novaya Gazeta, disse no Twitter que estava excluindo seu conteúdo de guerra.
Não ficou claro se a nova lei se aplica para qualquer profissional em solo russo, como correspondentes internacionais, que produzem conteúdo em outro idioma. Mas um legislador sênior disse que cidadãos de qualquer país podem ser processados sob ela.
Ainda sem muitas informações sobre a lei, jornalistas russos e opositores entendem que qualquer contradição com as declarações do governo sobre a invasão pode ser tratada como crime.
Putin tem se esforçado cada vez mais para controlar as mensagens que os russos ouvem, e a criação da lei é a repressão mais dura à liberdade de expressão nos 22 anos em que ele esteve no poder.