Rússia pode proibir entrada de políticos dos EUA em resposta a sanções
Governo americano deve impor nova rodada de medidascontra Moscou na próxima semana
A Rússia pode proibir a entrada de mais políticos americanos no país como resposta a uma nova série de sanções implantadas pelos Estados Unidos, disse o vice-ministro de Relações Exteriores russo, Sergei Ryabkov, em entrevista publicada nesta sexta-feira (24).
Os Estados Unidos devem impor uma nova rodada de sanções contra Moscou no dia 27 de agosto.
“Nós podemos responder simetricamente, assimetricamente, (ou) podemos alongar nossa própria lista de políticos ‘sancionados'”, disse Ryabkov em entrevista à revista russa International Life.
“Realmente não precisa ser uma resposta 100% igual. Nós não podemos competir com os Estados Unidos na esfera econômica porque estamos em diferentes categorias de peso”, disse.
Os comentários foram publicados um dia depois de o assessor de Segurança Nacional dos Estados Unidos, John Bolton, encontrar o chefe do Conselho de Segurança Nacional da Rússia, na reunião bilateral mais graduada desde que os presidentes Donald Trump e Vladimir Putin se encontraram em Helsinque no mês passado.
Ryabkov disse à revista que Moscou ainda não havia observado nenhum sinal de que os Estados Unidos estão prontos para normalizar as relações, e que percebeu tentativas por parte de Washington de revisar acordos provisórios fechados por Trump e Putin na cúpula do mês passado.
Os Estados Unidos têm intensificado a pressão econômica sobre Moscou por suas ações na Ucrânia e na Síria, bem como pelos supostos esforços russos para interferir na eleição presidencial do país em 2016. De acordo com Putin, as ações americanas são “contraproducentes e sem sentido”.
Interferência em eleições
Na quinta-feira (23), John Bolton afirmou que pressionou as autoridades russas para que não interfiram nas eleições legislativas americanas de novembro.
“Eu trouxe isso (interferência russa) à tona esta manhã”, disse Bolton após a reunião com seu homólogo russo, Nikolai Patrushev. “Eles não responderam de forma alguma.”
O embaixador acrescentou que “garantirá” que Moscou entenda a importância que os americanos dão ao assunto. “Direi a eles quão firme a posição dos EUA é que não haja interferência eleitoral”, prometeu.
Mais tarde, disse a um grupo mais amplo de repórteres: “Deixei claro que não toleraremos interferência em 2018 e estamos preparados para dar os passos necessários para evitar que isso aconteça.”
(Com Reuters e Estadão Conteúdo)