Ao menos 740 pessoas foram detidas neste sábado na Rússia durante protestos contra a guerra na Ucrânia. Desde quarta-feira, quando o presidente russo Vladimir Putin convocou 300.000 reservistas para se juntarem ao exército do país, que manifestações contra a mobilização de guerra se intensificaram em Moscou e São Petersburgo.
Na própria quarta, 1.311 pessoas foram presas, de acordo com a ONG de direitos humanos OVD-Info. A mesma instituição que fez o cálculo das 740 prisões deste sábado, que ocorreram em ao menos 30 cidades.
O alistamento em massa de reservistas, o primeiro desde a segunda guerra mundial, gerou revolta na população e uma corrida para as fronteiras. Um dos slogans dos manifestantes contra a iniciativa diz que as pessoas não querem ser “bucha de canhão” de Putin na Ucrânia.
Oficialmente, a Rússia está convocando homens de até 35 anos com experiência militar recente ou habilidades essenciais para o campo de batalha, porém relatos surgiram pelo país de homens fora desses critérios que receberam cartas de convocação para a guerra repentinamente, o que elevou a onda de indignação que trouxe à tona manifestações contra a guerra até então dormentes no país.
Jornalistas da agência Reuters registraram momentos de brutalidade policial em São Petersburgo neste sábado, quando agentes em equipamentos anti-motim detiveram uma série de manifestantes e os colocaram em vans. Mais cedo, ainda de acordo com a agência, o chefe do Conselho de Direitos Humanos do Kremlin, Valery Fadeyev, anunciou publicamente que havia escrito ao ministro da Defesa, Sergei Shoigu, um pedido para “resolver urgentemente” os problemas da mobilização.