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Rússia volta a atacar rede elétrica da Ucrânia; abastecimento pode cair a 30% da demanda

Ministério da Energia diz que o país perdeu 9 gigawatts de capacidade de geração de energia neste ano, como resultado de mais de 1.000 ataques russos

Por Da Redação Atualizado em 19 set 2024, 09h19 - Publicado em 19 set 2024, 09h16

A Rússia voltou a lançar ataques aéreos usinas de energia ucranianas nesta quinta-feira, 19, usando 42 drones e quatro mísseis. Kiev afirmou ter conseguido interceptar todos os dispositivos, exceto um míssil, que matou três pessoas e feriu uma na região de Sumy, onde também atingiu a infraestrutura energética. A Agência Internacional de Energia, ligada às Nações Unidas, disse em relatório divulgado também nesta quinta que a destruição da rede reduziu a capacidade de fornecimento de eletricidade da Ucrânia a um terço da demanda, o que deve dificultar a vida da população com a chegada do inverno, em dezembro.

Sumy sofreu um corte temporário de energia durante a noite após o ataque, disse a operadora da rede nacional. A Missão de Monitoramento de Direitos Humanos das Nações Unidas na Ucrânia criticou a Rússia por seus repetidos ataques à rede elétrica, que, segundo ela, devem afetar o abastecimento de água e o funcionamento do sistema de esgoto e saneamento, bem como fornecimento de aquecimento e água quente para civis ucranianos.

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“Há motivos razoáveis ​​para acreditar que vários aspectos da campanha militar para danificar ou destruir a infraestrutura civil de eletricidade e produção de calor e transmissão da Ucrânia violam princípios fundamentais do direito internacional humanitário”, disse a missão.

Kiev caracteriza os ataques ao seu sistema de energia como crimes de guerra, e o Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia, emitiu mandados de prisão para quatro autoridades russas e oficiais militares pelo bombardeio da infraestrutura civil. Já Moscou diz que rede elétrica é um alvo militar legítimo e rejeita as acusações como irrelevantes.

Déficit grave no inverno

Relatório da Agência Internacional de Energia afirmou que o déficit no fornecimento de eletricidade da Ucrânia pode chegar a 6 gigawatts neste inverno, cerca de apenas um terço da demanda.

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Moscou intensificou investidas do tipo em março, no que Kiev disse parecer um plano para degradar o sistema antes do inverno, quando as temperaturas geralmente caem abaixo de 10 graus negativos.

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A União Europeia ofereceu ajuda aos ucranianos nesta quinta-feira, dizendo que uma usina de energia a combustível da Lituânia seria desmontada e reconstruída na Ucrânia. O objetivo é restaurar mais 2,5 gigawatts de capacidade de fornecimento. O bloco também prometeu aumentar as exportações de eletricidade para o aliado.

Neste verão, quando a demanda por eletricidade é geralmente menor que no inverno, a capacidade de geração da Ucrânia caiu para 10 gigawatts, sendo que a demanda é de 12, segundo o relatório da Agência Internacional de Energia. No inverno, a demanda máxima de eletricidade pode aumentar para 18,5 gigawatts.

O Ministério da Energia ucraniano disse nesta quinta-feira, 19, que o país perdeu 9 gigawatts de capacidade de geração de energia neste ano, como resultado de mais de 1.000 ataques russos. A Ucrânia também atacou a infraestrutura de energia na Rússia, mas em menor escala, concentrando-se principalmente em refinarias de petróleo.

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