Russos usaram redes sociais contra procurador Robert Mueller
Relatório encomendado pelo Senado descobriu que procurador que investiga trama russa também foi alvo de campanha para influenciar política dos EUA
Mesmo meses depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assumiu a Casa Branca, agentes russos continuaram a usar as redes sociais para tentar influenciar a política americana, mas com o procurador especial Robert Mueller como alvo.
As informações foram reveladas por dois novos relatórios encomendados pelo Comitê de Inteligência do Senado americano, aos quais o jornal The Washington Post teve acesso.
Mueller é responsável desde maio de 2017 pelas investigações sobre a interferência russa nas eleições americanas de 2016 e as possíveis relações entre a campanha Trump e a Rússia. Por seu trabalho, o procurador especial foi vítima da campanha que espalhou notícias falsas aos eleitores americanos.
Segundo o Post, os agentes russos usaram contas falsas no Facebook, Twitter e outras redes sociais para espalhar que Mueller era corrupto e que toda a investigação sobre a trama russa não se passava de uma grande conspiração dos Estados Unidos.
Uma postagem feita no Instagram alegava que o procurador especial e ex-diretor do FBI trabalhou no passado com “grupos islâmicos radicais”.
Os conteúdos contra Mueller foram publicados depois de uma intensa campanha patrocinada pela Rússia para favorecer Donald Trump nas eleições presidenciais, segundo os relatórios divulgados pelo Senado americano.
Os estudos, elaborados pela empresa de segurança cibernética New Knowledge, pela consultoria de redes sociais Graphika e pela Universidade de Oxford, mostraram que os agentes russos utilizaram todas as grandes redes sociais para influenciar as eleições americanas de 2016.
Os documentos trazem detalhes das ações tomadas pela Rússia para explorar as divisões sociais, criar desconfiança em relação ao governo federal e à imprensa, além de minar a confiança dos cidadãos americanos no sistema democrático.
A origem dos conteúdos é a Agência de Pesquisa de Internet (IRA), ligada ao governo russo. As mensagens chegaram a milhões de usuários americanos e é provável que a operação se mantenha até 2020, quando os Estados Unidos voltam às urnas para novas eleições presidenciais.
De acordo com o Post, os relatórios também encontraram postagens feitas pelos russos para atingir James Comey, ex-diretor do FBI demitido por Trump. Ele liderava a investigação sobre a Rússia antes de Mueller.
O Comitê de Inteligência do Senado, que também realiza sua própria investigação sobre a interferência da Rússia nas eleições de 2016, ainda deve divulgar suas próprias conclusões sobre o resultado dos estudos.
(Com EFE)