O ex-presidente Nicolas Sarkozy da França foi condenado à prisão nesta quarta-feira, 14, por o financiamento ilegal da sua campanha para as eleições presidenciais de 2012. O caso conhecido “Bygmalion” já o havia considerado culpado em primeira instância.
Aos 69 anos, o ex-presidente pode evitar o cárcere mediante recurso. Ele foi inicialmente condenado a um ano de prisão, mas o tribunal de recurso disse que deveria cumprir seis meses, com outros seis meses suspensos.
Sistema de faturas falsas
Em setembro de 2021, Sarkozy já havia sido considerado culpado em primeira instância por exceder o limite das suas despesas de campanha eleitoral, impondo, na época, a sentença de um ano de prisão.
No entanto, diferente dos outros acusados no mesmo caso, o ex-presidente não foi considerado envolvido no próprio sistema de faturas falsas. A artimanha foi criada para esconder as milionárias despesas extras de quase 43 milhões de euros (R$ 228,4 milhões no câmbio atual). O limite legal é de 22,5 milhões (R$ 116,85 milhões).
Doze ex-gerentes de sua campanha, incluindo membros de seu então partido de direita União Popular Republicana (UMP), fundado por Jacques Chirac – agora renomeado como Os Republicanos – e da empresa Bygmalion, foram julgados por cumplicidade em “financiamento ilegal de campanha” e por fraude ou quebra de confiança, entre outros delitos.
Anos de investigação
O caso veio à tona dois anos depois da campanha eleitoral presidencial de 2012 – que Sarkozy, parceiro da cantora e modelo Carla Bruni, perdeu para o socialista François Hollande – e abalou o partido de direita, dissolvido três anos depois, em 2015.
No ano que vem, o antigo presidente conservador deve enfrentar ainda outro julgamento por suspeitas de financiamento da Líbia à sua campanha eleitoral anterior, de 2007. Além disso, recebeu pena de um ano de prisão num julgamento sobre a corrupção de um magistrado sênior, sentença da qual já apelou.
Completando a agenda judicial atribulada, Sarkozy, foi acusado em outubro do ano passado em outro caso, por suposta adulteração de testemunhas.