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Secretário de Defesa dos EUA visita Ucrânia em gesto de apoio antes de eleição

Membro do governo Biden, chefe do Pentágono discute apoio militar com líderes ucranianos em meio a ganhos contínuos da Rússia no campo de batalha

Por Da Redação 21 out 2024, 15h28

O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, chegou a Kiev na manhã desta segunda-feira, 21, a apenas duas semanas da eleição presidencial americana, cujo resultado pode afetar o futuro do apoio militar ocidental à Ucrânia. A visita acontece ao passo que a Rússia continua a registrar constantes, mesmo que pequenos, avanços na linha de frente.

Austin se reuniu com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e o ministro da Defesa do país, Rustem Umerov, para discutir as necessidades militares da Ucrânia e como os Estados Unidos podem garantir apoio contínuo ao aliado no próximo ano. O secretário aproveitou a oportunidade para refletir sobre o relacionamento entre Washington e Kiev ao longo dos últimos dois anos e meio de conflito, ressaltando que a situação permanece “muito difícil” para os ucranianos, especialmente com a chegada do inverno.

Após o encontro, Zelensky escreveu no X, antigo Twitter, que discutiu a expansão do uso de armas de longo alcance doadas pelos americanos contra alvos militares russos.

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Pressão

Explosões ecoaram em Kiev na manhã da visita, um lembrete do combate contínuo no leste ucraniano. Apesar das pesadas sanções contra a Rússia e do envio de bilhões de dólares em equipamentos militares americanos, a situação no campo de batalha continua tensa, enquanto autoridades ucranianas rejeitam qualquer concessão de território para o inimigo e insistem na adesão do país à Otan como um passo crucial para a vitória.

Austin defendeu a necessidade de apoio contínuo à Ucrânia, rebatendo as críticas às doações e empréstimos americanos. “O preço do princípio é sempre ofuscado pelo custo da capitulação”, afirmou, destacando a importância de uma coalizão de 57 países e a União Europeia que Austin convocou pela primeira vez dois meses após o início da guerra para coordenar o envio imediato de mais ajuda militar à Ucrânia.

Entretanto, a incerteza política nos Estados Unidos, especialmente com a possibilidade de um novo governo de Donald Trump, coloca em dúvida o futuro do apoio. O republicano já expressou sua rejeição ao direcionamento de fundos americanos a Kiev e descreveu Zelensky como um “vendedor” que “nunca deveria ter deixado essa guerra começar”.

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Avanços russos

As tropas russas mantêm uma vantagem significativa em termos de militares e munições, segundo a Otan. Entretanto, a guerra também teve um custo alto para a Rússia, que sofreu mais de 1.250 baixas por dia em setembro, a maior taxa desde que a eclosão do conflito, em fevereiro de 2022. Apesar disso, Moscou está mobilizando 30 mil novos soldados por mês e fabricando mais de 3 milhões de munições por ano, um ritmo que provavelmente pode continuar por pelo menos “os próximos anos”, afirmou na semana passada um oficial da aliança militar ocidental.

Enquanto isso, a Ucrânia conta com armamento mais sofisticado, resultado do apoio ocidental, e está em uma posição estratégica melhor do que há um ano, com um fluxo de munições mais estável. No entanto, os Estados Unidos ainda não autorizaram o uso de mísseis de longo alcance para ataques contra o território da Rússia, como solicitado por Zelensky.

Kiev tem usado drones de longo alcance produzidos domesticamente para atacar alvos no país vizinho. Umerov, o ministro da Defesa ucraniano, disse na segunda-feira que os equipamentos destruíram 200 instalações militares dentro da Rússia até agora.

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Ainda assim, Austin disse estar confiante de que os EUA e seus aliados continuarão a apoiar a Ucrânia no próximo ano, não importa quem esteja no poder.

“Eu realmente acho que aliados e parceiros continuarão a se destacar”, ele disse. “E nós investimos em coisas que logo darão frutos, em termos de sistemas adicionais como NASAMS (mísseis terra-ar). Fizemos esses investimentos há um ano e meio, dois anos atrás, e começaremos a ver parte disso ganhar vida aqui em breve.”

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