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Sede da próxima Copa, Catar não explicou mortes de migrantes, diz Anistia

Até 70% dos óbitos desses trabalhadores podem não ter sido investigadas; pressão sobre o país e a Fifa às vésperas da competição aumenta

Por Da Redação Atualizado em 26 ago 2021, 14h19 - Publicado em 26 ago 2021, 14h10
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  • Estádio Lusail, onde será a abertura e a final da Copa do Mundo de 2022, em Doha, Catar. 20/12/2019
    Estádio Lusail, onde será a abertura e a final da Copa do Mundo de 2022, em Doha, Catar. 20/12/2019 - (Kyodo News/Getty Images)

    O Catar, que irá receber a Copa do Mundo de futebol em 2022, falhou em investigar as mortes de dezenas de trabalhadores migrantes na última década, revelou um novo relatório da Anistia Internacional, publicado na quarta-feira, 25.

    De acordo com a organização de direitos humanos, a maioria das mortes de migrantes no país foi atribuída a “causas naturais”, falhas cardíacas ou respiratórias. As classificações, no entanto, são “sem sentido” quando não há a verdadeira causa da morte explicada, afirma um especialista citado no documento.

    “Quando homens relativamente jovens e saudáveis morrem subitamente após trabalharem longas horas no calor extremo, levanta sérias dúvidas sobre a segurança das condições de trabalho no Catar”, diz Steve Cockburn, chefe de Justiça Econômica e Social da Anistia Internacional.

    Como resultado, até 70% das mortes podem não ter explicações, colocando anda mais pressão sobre o Catar e a Fifa, entidade que dirige o futebol no mundo,  à medida que ambos sofrem intensas críticas de jogadores e associações nacionais de futebol para proteger direitos trabalhistas.

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    “Ao falhar em investigar as causas verdadeiras das mortes de trabalhadores migrantes, as autoridades do Catar estão ignorando sinais de alerta que poderiam, se respondidos, salvar vidas. Esta é uma violação ao direito à vida”, diz Cockburn.

    Até o momento, o comitê organizador da Copa do Mundo do Catar relatou 38 mortes de migrantes em construções ligadas ao evento esportivo, 35 delas classificadas como “não relacionadas ao trabalho”. No entanto, a Anistia acredita que quase metade dessas mortes não foram investigadas com devida atenção ou explicadas.

    Estatísticas oficiais do governo mostram que 15.021 trabalhadores de fora do Catar morreram no país entre 2010 e 2019. Os dados, no entanto, não indicam apenas trabalhadores migrantes que morreram por condições de trabalho, à medida que inclui pessoas de todas as idades, ocupações e causas. Os dados oficiais também não indicam quantos morreram em construções ligadas à Copa do Mundo.

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    Em fevereiro, o jornal britânico The Guardian revelou que mais de 6.500 migrantes do sul da Ásia morreram no Catar na última década. Ao todo, a força de trabalho do país composta por migrantes chega a 2 milhões de pessoas.

    Autoridades nacionais afirmaram que a alta taxa de mortalidade entre migrantes é esperada dado o tamanho da força de trabalho, mas especialistas citados no relatório da Anistia questionam a qualidade baixa de dados disponíveis para chegar a esta conclusão.

    Em março deste ano, a Anistia já havia feito um pedido formal à Fifa para melhorar as condições de trabalhadores migrantes no emirado, onde há muitos operários e trabalhadores pobres procedentes do subcontinente indiano.

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