O segundo voo da Força Aérea Brasileira com cidadãos repatriados do Líbano chegou ao Brasil nesta terça-feira, 8, como parte da Operação Raízes do Cedro. A aeronave KC-30 pousou na Base Aérea de São Paulo, em Guarulhos, às 6h58, com 227 passageiros e três pets.
No sábado, 5, o primeiro grupo, com 229 pessoas, desembarcou na mesma base e foi recebido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, depois de um adiamento para decolagem em Beirute por questões de segurança. Com os dois voos, o número de pessoas repatriadas pelo governo federal chegou a 456.
Ataques de Israel ao Líbano, em resposta a bombardeios feitos pela milícia libanesa Hezbollah, já deixaram mais de 1.000 mortos, incluindo mulheres e crianças. Dois brasileiros morreram, sendo eles Mirna Raef Nasser, de 16 anos, e Ali Kamal Abdallah, de 15, natural de Foz do Iguaçu.
Poucas horas após o governo brasileiro determinar a realização de voos de repatriação, na semana passada, o número de cidadãos interessados em voltar ao Brasil já estava perto da casa dos 3.000, de acordo com uma autoridade do Itamaraty ouvida por VEJA.
Assim como em outros casos, mais recentemente em Gaza, a prioridade será para idosos, crianças e pessoas com questões médicas.
De acordo com estimativa do governo brasileiro, cerca de 20.000 brasileiros vivem no país, que têm uma estreita relação com o Brasil. Os números de libaneses e descendentes no Brasil são imprecisos, já que não há um censo. A Câmara de Comércio Árabe-Brasileira encomendou uma pesquisa autodeclaratória, em 2020, que indica que 11,6 milhões de brasileiros são descendentes de árabes: destes, 27%, ou 3,1 milhões, são especificamente libaneses. O Consulado Geral do Líbano em São Paulo, por sua vez, cita uma presença de 8 milhões a 10 milhões de pessoas.