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Sem citar Rússia, Lula critica ‘mentalidade de Guerra Fria’ sobre Ucrânia

Em discurso no Brics, presidente alertou sobre consequências do conflito ao mundo e disse que Conselho de Segurança da ONU é limitado, mas não culpou Moscou

Por Amanda Péchy
Atualizado em 23 ago 2023, 14h24 - Publicado em 23 ago 2023, 08h42
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  • Brazilian President Luiz Inacio Lula da Silva gestures during a breakfast with foreign correspondents at the Planalto Palace in Brasilia on August 2, 2023. (Photo by EVARISTO SA / AFP)
    O presidente Lula (Evaristo Sa/AFP)

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em seu segundo discurso na cúpula do Brics, nesta quarta-feira, 23, abordou a guerra na Ucrânia dizendo que a sociedade retrocedeu à mentalidade da Guerra Fria. Ele alertou sobre as consequências globais do conflito, criticou o Conselho de Segurança das Nações Unidas, mas não fez críticas à Rússia – que invadiu o vizinho na Europa há mais de um ano.

    “Retrocedemos em uma conjuntura de multipolaridade benigna para uma que retoma a mentalidade obsoleta da Guerra Fria e da competição geopolítica”, disse. “Essa é uma insensatez, que gera grandes incertezas e corrói o multilateralismo. Sabemos bem onde esse caminho pode nos levar”, acrescentou.

    Além disso, descrevendo o bloco do Brics como um fórum para discussão dos principais temas que afetam a paz e a segurança mundial, afirmou que o conflito evidencia a limitação do Conselho de Segurança.

    “A Guerra da Ucrânia evidencia as limitações do Conselho de Segurança da ONU. Não podemos nos furtar a tratar do principal conflito da atualidade que ocorre na Ucrânia e que tem consequências globais”, declarou Lula em Joanesburgo.

    Em boa parte do pronunciamento, o presidente destacou a necessidade de buscar uma solução para a guerra na Ucrânia. O petista elogiou as propostas de paz da China e África do Sul, afirmando estarem em consonância com iniciativas brasileiras, já que ele tem defendido a criação de uma espécie de “clube da paz” para o fim do conflito.

    Segundo Lula, as negociações deveriam ser conduzidas por um grupo semelhante ao G20, que reúne as maiores economias do mundo.

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    “Achamos positivo que um número crescente de países também esteja engajado, em contato direto com Moscou ou com Kiev. Não subestimamos as dificuldades para alcançar a paz. Tampouco podemos ficar indiferentes à morte e à destruição”, declarou.

    Contudo, a ideia não tem encontrado muito eco no exterior. Quando Lula foi a Washington no início do ano para um encontro com o presidente americano, Joe Biden, o assunto foi varrido para debaixo da cama. Havia a expectativa de que o tema fosse abordado novamente quando Lula foi a Pequim, mas novamente não ganhou destaque na reunião com o líder chinês, Xi Jinping.

    Enquanto o petista tenta ganhar protagonismo e alçar o Brasil a player global ao falar sobre a guerra da Ucrânia, ele recebe diversas críticas ao equiparar as responsabilidades de Moscou e de Kiev, apesar de a invasão ter partido da Rússia.

    Depois de Lula, quem discursou – remotamente – na reunião do Brics foi o presidente russo, Vladimir Putin. Ele não viajou a Joanesburgo por causa de um mandado de prisão emitido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) por crimes de guerra, sob o risco de ser detido.

    O chefe do Kremlin justificou as ações da Rússia no país vizinho e voltou a responsabilizar o que chama de “Ocidente” – Estados Unidos e seus aliados – pelo conflito.

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    “Nossas ações na Ucrânia são apenas uma coisa: colocar um fim na guerra lançada pelo Ocidente no Donbass”, disse Putin.

    A 15ª cúpula do Brics começou na terça-feira 22 e se estende até quinta-feira 24 em Joanesburgo, na África do Sul. Líderes e representantes do Brasil, China, Rússia, Índia, além dos anfitriões, reúnem-se pela primeira vez presencialmente.

    Entre os principais temas, estão a expansão do bloco, aprimoramento da governança global, recuperação econômica e cooperação entre países em desenvolvimento.

    Lula também aproveitou a fala para destacar que o interesse de outros países em entrar para o bloco é “reconhecimento de relevância crescente” do Brics. Ao todo, 23 países se inscreveram formalmente para se tornar membros permanentes do grupo, incluindo Arábia Saudita, Irã, Emirados Árabes Unidos, Argentina, Indonésia, Egito e Etiópia.

    O petista defende, particularmente, a entrada da Argentina.

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    O grupo dos emergentes pretende se projetar como uma alternativa geopolítica à ordem mundial liderada pelos Estados Unidos, posicionando-se como espécie de representante do Sul Global. A lista de candidatos à adesão evidencia o afã de capitalizar a influência econômica do Brics.

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