Os ex-presidentes dos Estados Unidos George H. W. Bush e George W. Bush repudiaram nesta quarta-feira a intolerância e o ódio após os violentos incidentes em Charlottesville, na Virgínia, aos quais o atual governante, Donald Trump, reagiu de forma ambígua. “Os Estados Unidos sempre devem rejeitar a intolerância racial, o antissemitismo e o ódio em todas as suas formas”, disseram os dois ex-presidentes, pai e filho, em um comunicado conjunto.
A mensagem, no entanto, não faz nenhuma referência explícita às declarações de Trump, que culpou ” os dois lados” – os supremacistas brancos e neonazistas e manifestantes anti-racismo – pelos atos de violência que deixaram uma pessoa morta no último fim de semana.
“Enquanto rezamos por Charlottesville, lembremos as verdades fundamentais destacadas pelo cidadão mais proeminente dessa cidade (Thomas Jefferson) na Declaração de Independência: ‘Todos somos criados iguais e dotados pelo nosso criador de direitos inalienáveis’. Sabemos que estas verdades são eternas porque vimos a decência e grandeza do nosso país”, disseram os ex-governantes.
A reação dos Bush, que não costumam se pronunciar sobre os acontecimentos políticos do país, chega quatro dias após o ex-presidente Barack Obama reagir ao ocorrido em Charlottesville com uma frase de Nelson Mandela, que se tornou a mensagem com mais “curtidas” da história do Twitter.
O ex-governante Bill Clinton também reagiu no sábado ao fato, ao escrever no Twitter que “mesmo quando protegemos a liberdade de expressão e de assembleia, temos que condenar o ódio, a violência e o supremacismo branco”.
Outro integrante de destaque da família Bush, o ex-governador da Flórida e ex-pré-candidato presidencial republicano Jeb Bush, condenou explicitamente no sábado os supremacistas brancos e nesta terça-feira pediu a Trump que não “questione quem tem a culpa dos fatos de Charlottesville”.
Na terça-feira, Trump voltou a dizer que a violência na cidade teve como culpados tanto os supremacistas brancos como os manifestantes que protestavam contra eles, o que provocou críticas de vários legisladores do Partido Republicano.
(com EFE)