Chanceleres e representantes dos 34 países da Organização dos Estados Americanos (OEA) se encontraram nesta quarta-feira, em Washington, para a aguardada reunião sobre a Venezuela. Após quatro horas de discussões, as delegações não chegaram a nenhum consenso sobre uma solução para a crise no país e suspenderam a sessão para um recesso.
Os membros da organização não alcançaram os 23 votos necessários para a aprovação de um plano conjunto. Em seus discursos, nações como Brasil, Argentina, Estados Unidos, Canadá, Colômbia e México apoiaram a resolução da crise por meio do diálogo interno e da negociação política. Também condenaram a realização da Assembleia Constituinte proposta pelo presidente Nicolás Maduro.
O ministro das Relações Exteriores brasileiro, Aloysio Nunes, falou que há um “déficit de democracia” atualmente na Venezuela, assim como um “um déficit de ajuda humanitária”, evidenciado pelas centenas de pessoas que cruzam a fronteira com o Brasil todos os dias “para fugir do desabastecimento, falta de medicamentos e alimentos”. Nunes exigiu também de Maduro “eleições livres com um calendário fixo”.
Duas propostas diferentes foram votadas: uma escrita pelos países da Comunidade do Caribe e outra elaborado pelo Peru, Canadá, Estados Unidos, México e Panamá. Nenhum dos dois textos receberam os 23 votos necessários para a aprovação.
Entre os 34 representantes presentes nesta quarta na OEA, estava a embaixadora da Venezuela no órgão Carmen Luisa Velásquez. O governo de Nicolás Maduro se opôs firmemente a realização desta reunião e até anunciou sua saída do grupo após a confirmação de sua realização, por isso a comunidade internacional se surpreendeu com a presença de um representante no encontro.
Reunião privada
Antes da reunião, 14 países se reuniram na manhã desta quarta na embaixada canadense, buscando “ajustar o discurso e polir uma posição comum”. Compareceram os representantes das seguintes nações: Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Honduras, México, Panamá, Paraguai, Peru, Estados Unidos e Uruguai.
Especulou-se que o encontro poderia ser uma tentativa de organizar um “grupo de contato” formado por vários países, alguns até mesmo de fora do continente, para servir de facilitador para um novo diálogo entre o governo venezuelano e a oposição.