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Sem oposição presente, partido de Morales elege novo presidente da Câmara

Rússia reconhece Jeanine Áñez como presidente interina da Bolívia, mas ainda acusa oposição de protagonizar golpe de Estado contra ex-presidente

Por Da Redação
Atualizado em 14 nov 2019, 12h09 - Publicado em 14 nov 2019, 11h57
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  • O Movimento al Socialismo (MAS), partido de Evo Morales, elegeu na madrugada desta quinta-feira, 14, Sergio Choque como o novo presidente da Câmara dos Deputados da Bolívia, em sessão que não teve a presença de representantes do bloco que se opunha ao ex-presidente. Ao mesmo tempo, a Rússia reconheceu a legitimidade do governo interino da nova presidente do país, Jeanine Áñez.

    O MAS, que tinha maioria na Casa, realizou a sessão para eleger seu novo líder um dia depois de confusão gerada pela tentativa dos parlamentares favoráveis a Morales de entrar no prédio do Congresso boliviano, que fica no centro de La Paz.

    A Câmara dos Deputados era presidida por Víctor Borda até o último domingo, mas o político foi um dos que renunciou junto com o ex-presidente, na derrubada de toda a linha sucessória do país.

    Borda foi uma das figuras ligadas ao governo que sofreu ataques dos oposicionistas. Sua casa, localizada na cidade de Potosí, foi incendiada por manifestantes no final de semana.

    Dos 130 deputados na atual legislatura, o MAS conta com 88, que ontem elegeram Choque como presidente da Câmara. O novo líder garantiu, no entanto, que conta com o apoio de uma integrante da oposição, Inés López, da Unidad Nacional.

    De acordo com a ordem sucessória da Bolívia, depois do presidente e do vice eleitos, assumem o presidente do Senado e o da Câmara, nessa ordem. Na última terça-feira, a senadora oposicionista Jeanine Áñez, se autoproclamou chefe de governo, diante da vacância de todos os cargos anteriores.

    Também nesta quinta, o governo da Rússia reconheceu a presidência interina de Áñez, ainda que mantenha o posicionamento de que as ações que levaram à renúncia de Evo Morales equivaleram a um golpe de Estado.

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    “É claro que precisamente ela será considerada presidente da Bolívia no período, até que o novo presidente seja eleito”, afirmou o vice-ministro de Relações Exteriores russo, Sergei Ryabkov, em Brasília.

    Ao mesmo tempo, o diplomata admitiu as reservas de Moscou pela falta de quórum na votação do Parlamento boliviano, durante a aprovação da investidura de Áñez como chefe de governo interina.

    Na noite de quarta, a presidente interina nomeou um gabinete de emergência com apenas doze ministros de 20 possíveis. A chefe de Estado interino também nomeou um novo Alto Comando Militar, em um de seus primeiros atos após tomar posse.

    Durante a sessão que elegeu Choque nesta quinta, os deputados do MAS criticaram o que classificaram de perseguição, que estaria sendo feito pela Polícia e Exército, contra os apoiadores do antigo governo.

    Morales renunciou depois que a Organização dos Estados Americanos (OEA) afirmou ter encontrado graves irregularidades nas eleições presidenciais ocorridas em 20 de outubro. O agora ex-mandatário chegou a admitir um novo pleito, mas as forças de segurança exigiram que ele deixasse o poder, após mais de duas semanas de protestos.

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    Venezuela

    Também nesta quinta, o governo de Áñez reconheceu o líder da oposição Juan Guaidó como presidente da Venezuela, informou a ministra da Comunicação, Roxana Lizárraga.

    Guaidó é reconhecido como presidente encarregado da Venezuela por cinquenta países, mas, na prática, o controle do país permanece nas mãos do governo chavista de Nicolas Maduro, um forte aliado de Morales.

    (Com EFE e AFP)

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