Sem Trump, líderes asiáticos desistem de reunião com EUA em Bangcoc
Reunidos para cúpula da Asean, representantes de sete países se recusaram a participar de encontro em protesto contra governo americano
Líderes de países do sudeste da Ásia se recusaram, nesta segunda-feira, 4, a participar de um encontro com representantes dos Estados Unidos durante uma reunião de cúpula regional em Bangcoc.
Os governantes dos dez países membros da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean) estão reunidos desde sábado na capital da Tailândia para sua cúpula anual. Mas apenas três deles (Tailândia, Laos e Vietnã) participaram no encontro com a delegação americana.
Os sete restantes (Indonésia, Singapura, Malásia, Filipinas, Mianmar, Camboja e Brunei) optaram por não comparecer em protesto contra a decisão do governo americano de não enviar um chefe de Estado ao evento.
Desde 2017, os Estados Unidos vêm diminuindo progressivamente sua presença na cúpula da Asean. Desta vez, a comitiva americana que compareceu ao encontro foi liderada pelo recém empossado conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Robert O’Brien, e pelo secretário de comércio, Wilbur Ross.
O presidente americano, Donald Trump, participou da cúpula em 2017. Já no ano seguinte, o governo americano optou por enviar o vice-presidente, Mike Pence, para participar do encontro.
Os primeiros-ministros da China, Rússia, Índia e o presidente da Coreia do Sul viajaram à Tailândia.
“Não é apropriado que a Asean envie seus governantes se a representação dos Estados Unidos não é equivalente”, declarou uma fonte diplomática que pediu anonimato.
Durante a reunião oferecida pelos americanos, O’Brien leu uma carta de Trump aos demais países, na qual dizia que o presidente está vinculado a sua “associação estratégica” com a Ásia. O americano ainda convidou os governantes da Asean a visitar os Estados Unidos no primeiro trimestre de 2020.
A Asean é composta por 10 países do sudeste asiático (Tailândia, Filipinas, Malásia, Singapura, Indonésia, Brunei, Vietnã, Mianmmar, Laos e Camboja) mais a China, Japão e Coreia do Sul. Seus membros se reúnem anualmente para discutir e elaborar soluções para questões regionais. Os Estados Unidos entraram para a organização formalmente em 2011 durante a gestão Barak Obama.
A discrição de Washington na reunião, porém, aponta que a Ásia poderia deixar de ser uma prioridade diplomática dos Estados Unidos, como foi durante a presidência de Obama.
(Com AFP)