Sem verba para muro de Trump, EUA vivem paralisação
Democratas no Congresso não aceitam liberar os US$ 5,7 bilhões pedidos pelo presidente para a proposta
O governo dos Estados Unidos entrou em paralisação na madrugada deste sábado. O chamado shutdown – uma suspensão das atividades por falta de verba – acontece porque a Casa Branca de Donald Trump e o Congresso não conseguiram entrar em um acordo orçamentário para liberar os 5,7 bilhões de dólares pedidos pelo presidente americano para o seu projeto de construir um muro na fronteira com o México para barrar a entrada de imigrantes ilegais.
Na semana passada, em um encontro com líderes democratas em Washington, Trump afirmou que “teria orgulho de paralisar o governo” pela verba do muro. “Deixei minha posição muito clara. Qualquer medida que financie o governo tem que incluir a segurança na fronteira.” O presidente americano frisou que uma eventual paralisação poderia durar “muito tempo”.
Impasse
A Câmara dos Representantes chegou a aprovar uma proposta que contemplava a verba para o muro, mas ela precisaria de 60 votos no Senado – onde os republicanos têm 51 cadeiras. Trump tem pressa para assegurar o financiamento da obra, uma de suas principais bandeiras de campanha, porque a partir do ano que vem os democratas controlarão a Câmara, dificultando ainda mais qualquer liberação de recursos para o projeto.
Momentos antes do início oficial do shutdown, Trump divulgou um vídeo no Twitter pressionando os adversários a aprovarem a proposta. “Agora está com o Senado, agora está com os democratas. Precisamos dos votos deles”, afirmou. “Vamos trabalhar juntos, vamos ser bipartidários, vamos fazer acontecer. A paralisação, espero, não vai durar muito.”
A paralisação deve afetar até 400.000 servidores americanos, que terão de ficar em casa ou trabalhar sem receber. Importantes agências federais como Segurança Interna, Transporte, Agricultura e Justiça também serão atingidas. Os parques nacionais não vão abrir durante o shutdown. Casa Branca, Congresso, Departamento de Estado e Pentágono permanecerão operacionais, mas com equipes reduzidas. Os militares deverão se apresentar para trabalhar – inclusive os que estão em áreas de combate –, mas possivelmente não receberão por esses dias.