Relâmpago: Digital Completo a partir R$ 5,99

Senado da Argentina vota hoje a legalização do aborto

País pode se tornar o terceiro da América Latina a legalizar amplamente o aborto; medida seria válida até a 14ª semana de gravidez

Por Da Redação
Atualizado em 8 ago 2018, 15h08 - Publicado em 8 ago 2018, 07h05

O Senado da Argentina vota nesta quarta-feira 8 um projeto de lei que legaliza o aborto no país, já aprovado pela Câmara dos Deputados em julho por 129 votos contra 125. As chances de o texto passar no Senado, entretanto, são mínimas.

Se aprovada, a lei tornaria a Argentina o terceiro país da América Latina a legalizar amplamente o aborto, depois do Uruguai e de Cuba.  Tal como foi aprovado pelos deputados, o projeto de lei permite o aborto até 14ª semana de gravidez. O texto também prevê pena de três meses a um ano de detenção à gestante que, estando com quinze semanas ou mais de gravidez, tenha provocado o aborto ou permitido que outra pessoa a ajudasse.

A legislação atual permite o aborto apenas em casos de estupro, de risco da vida da gestante e de inviabilidade de vida do feto. Desde 1921, a Argentina tem sido mais aberta nesse quesito do que outros países da região.

Mas a tendência é de os senadores não aprovarem o projeto e alterarem o texto, para restringir de catorze para doze semanas o período em que o aborto seria legalmente aceito. O projeto, nesse caso, será enviado de volta à Câmara. Há semanas, milhares de mulheres se movem nos arredores do Congresso argentino para persuadir os senadores a defender suas causas.

De acordo com o jornal La Nación, entretanto, 37 senadores votarão contra o projeto e apenas 31 a favor. Dois ainda estão indecisos, um deverá se abster, e outro não está presente. Para a aprovação seria necessária maioria simples no plenário, com 72 senadores.

Continua após a publicidade

Ontem, a senadora Silvina García Larraburu foi a protagonista da mais recente mudança — passou para o lado dos contrários ao projeto e acusou o presidente argentino, Mauricio Macri, de usar o debate sobre o aborto como uma distração para a economia instável do país. A ex-presidente Cristina Kirchner promete votar a favor. Mas, em seu mandato, não deu impulso à discussão no Congresso sobre o aborto.

Verde x celeste

O debate no Senado começará às 9h30 (mesmo horário em Brasília) e pode se estender até a madrugada, como aconteceu na Câmara. Do lado de fora, na Praça dos Dois Congressos, a sessão será acompanhada por dois grupos radicais em suas posições e determinados.

Para evitar confrontos, a polícia de Buenos Aires dividiu a praça em dois espaços, reservados para cada grupo. De um lado, com bandeiras azuis-celestes, estarão ativistas religiosos e segmentos da Argentina rural, com enorme apoio da Igreja Católica, comandada pelo argentino papa Francisco. Do outro, o verde, estão ativistas de direitos humanos e grupos feministas que há décadas se mobilizam em favor dessa causa.

Continua após a publicidade

Segundo estimativas oficiais, 354.627 abortos são realizados por ano no país. Isto significa 41 por hora. A Anistia Internacional denuncia que o aborto clandestino é a principal causa de morte materna em dezessete das 24 províncias argentinas. A entidade publicou um anúncio de página inteira na edição de ontem do jornal americano The New York Times para chamar a atenção à causa.

A palavra “Adeus” foi impressa em letras maiúscula junto com a imagem de um cabide, uma peça traducionalmente usada para provocar o aborto e que, em geral, causa complicações para a saúde e até a morte da gestante. “As complicações por abortos inseguros são a principal causa de morte materna na Argentina. Em 8 de agosto, os senadores podem escolher mudar isso se votarem a favor da lei que descriminaliza o aborto. O mundo está nos observando”, diz o anúncio, com a hashtag #AbortoLegalYa.

(Com Reuters)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 5,99/mês
DIA DAS MÃES

Revista em Casa + Digital Completo

Receba 4 revistas de Veja no mês, além de todos os benefícios do plano Digital Completo (cada revista sai por menos de R$ 9)
A partir de 35,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a R$ 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.