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Senado dos EUA vota neste sábado indicação de Kavanaugh à Suprema Corte

Senadores aprovaram nesta sexta moção que permite avançar com confirmação; juiz acusado de abuso sexual está agora mais perto de aprovação

Por Da Redação
Atualizado em 5 out 2018, 19h48 - Publicado em 5 out 2018, 12h28
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  • O Senado dos Estados Unidos votará oficialmente neste sábado, 6, a indicação de Brett Kavanaugh à Suprema Corte. O juiz foi nomeado por Donald Trump e enfrenta oposição popular após três mulheres o acusarem de assédio sexual nas últimas semanas.

    Em uma discussão preliminar nesta sexta-feira ,5, os senadores aprovaram por 51 votos a favor e 49 contra uma moção que permite avançar com a confirmação do candidato para uma votação final no sábado.

    Com o resultado, Kavanaugh está muito perto de ocupar o cargo vitalício de juiz da Suprema Corte. O presidente Donald Trump afirmou no Twitter que está “muito orgulhoso” dos senadores por votarem a favor do seu indicado.

    A aprovação do conservador Kavanaugh foi atropelada pela denúncia da psicóloga Christine Blasey Ford de que ele teria tentado estuprá-la em 1982, quando eram adolescentes. Além dela, duas mulheres se apresentaram com outros relatos de má conduta sexual do juiz.

    Alguns dos senadores que se mostravam indecisos nos últimos dias confirmaram sua posição nesta sexta. Os republicanos Jeff Flake e Susan Collins apoiaram a moção, assim como o democrata Joe Manchin. A senadora republicana Lisa Murkowski votou contra a indicação.

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    Foi Flake quem pediu uma investigação do FBI sobre as acusações de assédio que pesam contra Kavanaugh. O republicano afirmou no Comitê Judicial do Senado na semana passada que não se comprometeria a votar pela confirmação do juiz antes da apuração.

    Os resultados da investigação foram entregues aos senadores e à Casa Branca nesta quinta-feira (4). Segundo os republicanos, o estudo não encontrou indícios de má conduta.

    Os democratas consideraram, porém, que a investigação do FBI é insuficiente.

    “Parece ser o produto de uma investigação incompleta que foi limitada talvez pela Casa Branca”, disse à imprensa a democrata de mais alta posição nessa Comissão, a senadora Dianne Feinstein.

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    Polarização

    Todo o processo de confirmação acontece em meio a um clima de forte polarização política, a poucas semanas das eleições de meio de mandato que vão determinar se o Partido Republicano continua tendo o controle do Congresso.

    A votação final do sábado sobre o candidato de Trump deve selar pelas próximas décadas uma maioria conservadora na Suprema Corte, uma instituição que regula assuntos sensíveis na sociedade americana como o direito ao aborto e o controle de armas.

    Segundo as novas regras aprovadas no ano passado, são necessários 50 votos para a aprovação do indicado nesta sexta, antes da votação final.

    Protestos

    Dezenas de manifestantes se reuniram no Senado para pressionar os legisladores para que votem contra Kavanaugh. Os participantes do protesto gritaram palavras de ordem contra o juiz na porta do escritório do senador republicano Jeff Flake, e pediram que o legislador votasse contra o magistrado.

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    A quinta-feira também foi um dia tenso nas ruas de Washington. Muitos manifestantes conseguiram entrar no prédio de gabinetes Hart, do Senado, para protestar. “Não traiam as mulheres, votem não”, lia-se nos cartazes dos manifestantes no Capitólio.

    A polícia prendeu mais de 300 pessoas, incluindo a comediante Amy Schumer, prima do líder da minoria no Senado, o democrata Chuck Schumer.

    “Kavanaugh faz parte do clube de velhos amigos que querem protegê-lo sem importar em quais circunstâncias”, afirmou Angela Trzepkowski, que chegou à capital, procedente do Estado de Delaware, no leste do país.

    Em um tuíte nesta sexta, Trump acusou os manifestantes de serem financiados pelo magnata americano George Soros, doador dos democratas.

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    Já Kavanaugh surpreendeu ao publicar um incomum artigo de opinião na imprensa, onde garantiu ser “independente, imparcial”.

    “Não decido casos baseado em preferências pessoais, ou políticas. Não sou um juiz pró-acusador, ou pró-réu (…) Sou um juiz pró-lei”, alegou o juiz conservador, de 53 anos, no texto publicado no site do The Wall Street Journal.

    No artigo, ele também justifica que seu testemunho na semana passada diante da Comissão de Justiça do Senado “foi forte e apaixonado”, porque nega “forte e apaixonadamente” as acusações contra ele.

    Enquanto isso, em um comício com simpatizantes em Minnesota na quinta-feira à noite, Trump classificou seu candidato como “um dos mais respeitados”. Ao mesmo tempo, seus partidários gritavam: “Queremos Kavanaugh”.

    (Com AFP)

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