Senadora de extrema direita é alvo de críticas após usar burca como provocação na Austrália
Pauline Hanson é líder do partido anti-imigração One Nation e promove campanha contra uso da indumentária
Uma senadora de extrema-direita causou indignação no Parlamento da Austrália após entrar na câmara utilizando uma burca. O episódio ocorreu nesta segunda-feira, 24, quando a líder do partido anti-imigração One Nation, Pauline Hanson, utilizou a tradicional vestimenta muçulmana como protesto após ser impedida de apresentar um projeto de lei que tinha como objetivo proibir a indumentária.
O ato promovido por Hanson ocorreu minutos após a parlamentar ter sua solicitação negada pela senadora independente Tammy Tyrell. Ela deixou a câmara e retornou momentos depois, vestindo uma burca na cor preta e causando um alvoroço imediato, com muitos dos presentes a acusando de islamofobia e racismo.
“Isso não pode estar acontecendo”, disse a senadora independente Lidia Thorpe após a entrada de Hanson no senado. “Tirem essa racista daqui agora. Tirem-na daqui. Quem está no comando aqui?”, teria exigido a parlamentar, segundo informações divulgadas pelo jornal australiano The Sydney Morning Herald.
A sessão não foi interrompida imediatamente, com o presidente interino Slade Brockman considerando que a vestimenta de Hanson era permitida. No entanto, a presidente do Senado, Sue Lins, retornou às pressas após a divulgação do episódio, acatando pedidos para determinar que a senadora do One Nation retirasse a burca.
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Mesmo sob pena de suspensão, Hanson se recusou a remover a indumentária, o que levou a uma votação esmagadora por parte dos senadores para que ela fosse afastada do Parlamento pelo resto do dia. A legisladora se manifestou no Facebook após o episódio, afirmando que utilizou a vestimenta como protesto após seus colegas impedirem a apresentação de seu projeto anti-burca. Segundo ela, o traje tradicional representa um risco para a segurança nacional.
O episódio gerou reações por parte de outros parlamentares. A senadora muçulmana Mehreen Faruqi, do Partido Verde Australiano, afirmou que Hanson era uma “senadora racista que flagrantemente demonstra racismo e homofobia”. Já a líder do governo trabalhista no Senado, Penny Wong, disse que as ações da legisladora eram “indignas de uma senadora australiana”.
Essa foi a segunda vez que a senadora utiliza a burca como parte de sua cruzada contra o uso público da indumentária, com o primeiro episódio ocorrendo em 2017 — também alvo de protestos. Senadora por Queensland, Pauline Hanson tem sua posição anti-imigração como carro-chefe desde o início de sua carreira política, na década de 90.
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