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Separatistas ucranianos anunciam retirada de civis para a Rússia

Anúncio segue aumento de confrontos na região, em um movimento que Ocidente diz poder ser parte de pretexto de Moscou para justificar invasão

Por Caio Saad Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 18 fev 2022, 16h15 - Publicado em 18 fev 2022, 16h14
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  • Enquanto o governo ucraniano e de países do Ocidente temem uma “iminente” invasão da Rússia à Ucrânia, rebeldes pró-Rússia do leste ucraniano anunciaram nesta sexta-feira, 18, uma retirada de civis, citando temores de uma ação das forças de Kiev.

    A medida foi anunciada nas redes sociais por Denis Pushilin, chefe da autoproclamada República Popular de Donetsk, que afirmou que a Rússia concordou em fornecer abrigo para pessoas que deixam a região. Segundo o líder, mulheres, crianças e idosos devem ser priorizados.

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    O anúncio ocorre após forças do governo ucraniano e rebeldes pró-Rússia anunciarem aumento de confrontos no leste da Ucrânia pelo segundo dia seguido, em um movimento que Washington e outros países ocidentais dizem poder ser parte de um pretexto de Moscou para justificar uma invasão. A retirada de civis, citando temores com a segurança, poderia ser usada pela Rússia como um desses pretextos.

    A Rússia nega as acusações e declarou nesta semana ter retirado parte de suas tropas posicionadas perto da fronteira com o país vizinho. Países ocidentais, no entanto, afirmam que mais equipamentos e tropas estão chegando e montando preparações normalmente vistas nos dias finais antes de um ataque militar. De acordo com um alto funcionário do governo americano, as forças russas aumentaram em aproximadamente 7.000 o número de soldados na região, elevando para 150.000 o total de militares nas fronteiras. 

    As autoproclamadas repúblicas populares de Donetsk e Lugansk alegaram que o Exército da Ucrânia atacou as imediações de nove cidades sob controle delas, segundo a agência de notícias dos separatistas pró-Rússia “DAN”.

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    Em vídeos publicados nas redes sociais nesta sexta, após o anúncio da retirada de civis, é possível ver crianças deixando escolas e ouvir sirenes de alerta.

    À agência de notícias Interfax, uma fonte do Parlamento da república autoproclamada afirmou que “diversas centenas de milhares de pessoas” planejam deixar Donetsk para a região russa de Rostov.

    Apesar dos vídeos circulados, não houve comentários imediatos de autoridades de Moscou ou de Kiev. Segundo uma testemunha da agência Reuters em Donetsk, ainda não havia sinais de uma evacuação.

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    Na quinta-feira, em meio à tensão política, diplomática e militar, o governo ucraniano e grupos separatistas apoiados por moscou já haviam se acusado mutualmente de violações ao regime de cessar-fogo em Donbas, onde ficam as províncias separatistas de Donetsk e Luhansk e onde confrontos desde 2014 já deixaram mais de 14.000 mortos.

    Embora o pacto de não agressão na região de Donbas estivesse sendo desrespeitado desde que foi firmado, sete anos atrás, com maiores ou menores incidentes, que são relatados para a Missão Especial da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), o agravamento recente é visto com mais atenção por autoridades. 

    Ambos os lados disseram que uso de armas aumentou dramaticamente nas últimas 48 horas, embora não haja relatos de mortes até o momento. Na quinta-feira, a OSCE, que normalmente registra dezenas de pequenas violações por dia, disse que houve quase 600 violações, incluindo mais de 300 explosões de quarta para quinta-feira.

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