A celebração da La Diada — o dia nacional da Catalunha — levou cerca de 108 mil pessoas às ruas de Barcelona neste sábado, 11, conforme número estimado pelas autoridades locais. Segundo a agência Reuters, a maioria dos manifestantes usavam máscaras e agitavam bandeiras da Catalunha enquanto reivindicavam a independência da região.
A marcha, organizada pela Assembleia Nacional Catalã (ANC), foi a primeira desde que o governo espanhol perdoou nove líderes separatistas presos por participarem da tentativa frustrada de independência em 2017, e parte deles compareceram à manifestação deste sábado.
“Pela primeira vez em quatro anos, nove pessoas muito especiais participaram de La Diada novamente. Os presos políticos estão de volta às ruas”, disse a presidente do ANC, Elisenda Paluzie.
O ativista cultural Jordi Cuixart, que estava entre os presos, exortou a multidão a continuar lutando pela independência. “Aqueles que nos pedem para virar a página e não querem que lutemos pela autodeterminação. Qual é o plano da Espanha para a Catalunha? Nenhum. Apenas repressão e mais repressão”, disse ele.
Na Catalunha, o 11 de setembro marca a La Diada, data em que Barcelona foi tomada pelas forças espanholas em 1714. A derrota é usada como um símbolo de resistência catalã, por isso, a data costuma levar às ruas protestos separatistas.
Mesmo com a estimativa dos organizadores — que contabilizaram 400.000 mil participantes — o número é o segundo menor desde que os protestos começaram, em 2012, longe dos 600.000 que marcharam em 2019, e ainda mais distante do pico de 1,8 milhão em 2014. Mesmo assim, é uma retomada em relação a 2020, quando apenas pequenos protestos foram organizados por conta da COVID-19.
A manifestação acontece dias antes de uma reunião entre os governos central e regional, que devem se reunir na próxima semana para retomar as negociações sobre o conflito político da Catalunha, suspensas desde fevereiro de 2020 por conta da pandemia.