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Serviço postal dos EUA adia corte de gastos para depois das eleições

Diretor da agência, nomeado por Trump, voltou atrás depois que democratas criticaram medidas como forma de obstruir votos por correspondência

Por Da Redação
18 ago 2020, 19h25

O diretor do serviço postal dos Estados Unidos, Louis DeJoy, disse nesta terça-feira, 18, que suspenderá os polêmicos cortes de gastos na agência para depois das eleições de novembro. A medida foi amplamente criticada devido ao risco de atraso ou obstrução do processamento de milhões de votos por correio, que, segundo os democratas, seria parte de uma estratégia do governo de Donald Trump para aumentar suas chances de reeleição.

“Para evitar até mesmo a impressão de qualquer impacto nos Correios relacionado com as eleições, estou suspendendo estas iniciativas até ao fim das eleições”, disse DeJoy em um comunicado.

O anúncio foi feito após congressistas convocarem o diretor para testemunhar perante a Câmara e o Senado. Uma coalizão de 22 procuradores-gerais estaduais anunciou nesta terça-feira que processaria o governo Trump pelas mudanças nos Correios, alegando que as novas políticas podem prejudicar o voto durante a pandemia de coronavírus.

O voto por correspondência já é consolidado nos Estados Unidos, mas espera-se que um número recorde de 76% dos eleitores utilize a modalidade devido à Covid-19.

O serviço postal admitiu que a campanha de reformas poderia impedir o processamento de milhões de votos por correspondência nas eleições presidenciais de 3 de novembro em 46 dos 50 estados do país. O plano original de redução de custos incluía a desativação de 10% das máquinas de processamento de correspondências, de um total de 671.

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Recentemente, o diretor da agência desativou ou transferiu caixas de correio públicas em estados como Califórnia, Arizona, Oregon, Pensilvânia, Ohio e Montana, de acordo com o jornal The Washington Post.

DeJoy, nomeado ao cargo em junho por Trump e ávido doador da campanha do republicano, disse que as alterações nas operações da agência foram concebidas antes de assumir a diretoria. No entanto, reconheceu que as mudanças “geraram preocupação enquanto a nação se prepara para realizar uma eleição no meio de uma pandemia devastadora”.

“Ainda acredito que é essencial empreender reformas significativas, e o trabalho para alcançar essas reformas começará após as eleições”, insistiu.

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DeJoy garantiu que, até a votação, “as máquinas de processamento do correio e as caixas azuis para o recolhimento ficarão onde estão”, que nenhuma instalação de processamento será fechada e que nenhum horário de funcionamento será alterado.

Na semana passada, Trump declarou apoio aos cortes no serviço postal. Não só isso: em entrevista à emissora americana Fox News, admitiu que estava barrando novos financiamentos para evitar que pudesse garantir uma “votação universal por correio” nas eleições de novembro.

O presidente já manifestou veementemente a sua oposição ao voto por correspondência, principalmente depois que as pesquisas passaram a mostrar seu adversário, o democrata Joe Biden, com uma ampla vantagem. Segundo Trump, este método pode facilitar fraudes, apesar de diversos estudos demonstrarem ser algo improvável.

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De acordo com o Brennan Center for Justice, um think tank de direito e políticas públicas, embora as cédulas por correio sejam mais suscetíveis a desvios e falsificações, apenas 491 casos de fraudes eleitorais no sistema por correspondência foram registrados entre 2000 e 2012. Estatisticamente, é mais provável que um americano seja atingido por um raio.

(Com EFE)

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