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Sete principais divergências políticas entre Macron e Le Pen

As plataformas políticas são opostas em muitos dos temas mais sensíveis para os eleitores franceses

Por Gabriel Brust, de Paris
Atualizado em 3 Maio 2017, 12h34 - Publicado em 24 abr 2017, 15h11
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  • Os vencedores do primeiro turno das eleições para presidente na França querem coisas muito diferentes para o futuro do país. As divergências entre Emmanuel Macron e Marine Le Pen estão nos principais aspectos da política nacional e internacional, como funcionalismo público, imigração e permanência na União Europeia.

    Confira a seguir as opiniões dos dois candidatos à presidência sobre a política francesa.

    Europa

    Macron defende a permanência na União Europeia e criação de um parlamento da Zona do Euro, projeto que também era a base da proposta do socialista Benoit Hamon. O conceito sobre um novo parlamento para o bloco – este legislando apenas nos países que adotaram a moeda – foi criado pelo economista pop-star francês Thomas Piketty. O autor de “O Capital no Século XXI” apoiou Hamon, mas poderá ver seu projeto se concretizar nas mãos de Macron.

    Le Pen diz querer “negociações” antes de uma eventual saída da União Europeia e do Euro. Para muitos analistas, as tais negociações são apenas pretexto. O que ela proporia ao bloco seriam medidas inaceitáveis, com o único objetivo de levar ao Frexit, a saída do país do bloco. Le Pen garante que jamais tomaria a medida sem consultar a população em um plebiscito.

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    Funcionalismo público

    Macron não brinca quando o assunto é austeridade: quer a demissão de 120.000 funcionários públicos, número menor apenas que o proposto por François Fillon. O conservador falava em cortar até meio milhão de postos. Macron aposta no discurso de tornar o estado mais eficiente para manter a redução do déficit conduzida por François Hollande.

    Le Pen vai na direção contrária: quer a contratação de 21.000 funcionários para reforçar o serviço público. Em economia, o discurso da Frente National passa longe do liberalismo econômico. Os únicos dois outros candidatos desta eleição a propor o aumento do funcionalismo foram justamente os de esquerda: Hamon e Jean-Luc Mélenchon.

    Aposentadoria

    Macron pretende manter inalterada a idade mínima de 62 anos estabelecida na última reforma da previdência, implementada por Nicolas Sarkozy. A mudança surtiu efeito: no último ano, a seguridade social francesa voltou ao equilíbrio nas contas sem maiores traumas.

    A previdência é mais um dos temas em que Marine Le Pen quer voltar ao passado. Sua proposta é de restabelecer a idade mínima de 60 anos.

    Impostos

    Macron pretende reduzir diversos impostos, entre eles o polêmico Imposto sobre Fortunas, mas não extingui-lo. Seu argumento é de que ele pune um capital que poderia ser reinvestido e fazer a economia girar. Também quer cortar o imposto sobre habitação para 80% dos franceses, majoritariamente das classes operárias e média.

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    Le Pen quer a manutenção do Imposto sobre Fortunas, considerado mecanismo fundamental para a política fiscal.

    Energia

    Macron tem um discurso quase ambíguo sobre o tema. Diz que é preciso reduzir o número de plantas nucleares no país e também a dependência da França deste tipo de energia. Mas não deixa claro em que ritmo ou como seria feita a substituição.

    Le Pen não quer tocar no tema. Deseja a manutenção do atual modelo quase totalmente dependente da energia nucelar. Alinha-se ao pensamento que reconhece na energia nuclear uma tecnologia totalmente dominada pelos franceses, quase uma especialidade do país que deve ser saudada e não combatida.

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    Imigração

    Macron quer políticas para melhor incluir na sociedade francesa jovens da periferia – em sua maioria imigrantes ou descendentes. Para tanto, pretende implementar cotas e políticas afirmativas de contratação de para jovens em situação de risco.

    Marine Le Pen quer o fim da nacionalidade automática para quem nasce na França, o chamado princípio “juris solis”. Também quer limitar o acesso às incontáveis ajudas sociais oferecidas pelo governo a quem chega de fora.

    Casamento gay

    O “casamento para todos”, como chamam os franceses, é considerado uma das poucas vitrines do governo de François Hollande do qual Macron fez parte. Não há sinais de que o jovem candidato pretenda mudar a lei ao chegar no Eliseu.

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    Marine, que tem entre seus eleitores uma grande parte do movimento “Manif pour Tous”, que se opôs fortemente ao casamento gay, quer modificar a lei. A ideia é substituir o casamento, com todos os direitos que ele dá, por uma união civil, de direitos reduzidos.

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