Relâmpago: Digital Completo a partir R$ 5,99

Shows na fronteira marcam duelo entre governo e oposição na Venezuela

Evento organizado pela oposição espera arrecadar ao menos 100 milhões de dólares para ajuda alimentar e médica

Por Da redação
22 fev 2019, 18h11

Dois shows simultâneos marcam nesta sexta-feira, 22, uma nova disputa pelo poder na Venezuela, antes da arriscada aposta da oposição de conseguir a entrada de ajuda humanitária no país, apesar do bloqueio do governo de Nicolás Maduro.

De um lado, no evento organizado pelo autoproclamado presidente interino Juan Guaidó, milhares de venezuelanos e colombianos ignoram o forte calor na cidade de Cúcuta, na fronteira da Colômbia com a Venezuela, para assistir às estrelas que apoiam a oposição venezuelana.

O “Venezuela Aid Live” foi organizado pelo bilionário britânico Richard Branson com o objetivo de arrecadar ajuda para o país, que enfrenta uma intensa crise, que inclui escassez de produtos básicos e hiperinflação.

“O que já foi o país mais rico da América Latina é agora o mais pobre, e isso é inaceitável. Façamos de hoje um dia de esperança para toda a Venezuela”, disse Branson no palco.

Sir Richard Branson
Sir Richard Branson participa do concerto “Venezuela Aid Live” na fronteira da Colômbia com a Venezuela em Cúcuta, Colômbia – 22/02/2019 (Luisa Gonzalez/Reuters)

Os organizadores esperam ao menos 250.000 pessoas na região da ponte internacional Tienditas. “Será um dia mágico”, acrescentou o magnata em coletiva de imprensa prévia.

Continua após a publicidade

Do lado venezuelano, operários e soldados ainda preparam o evento anunciado por Nicolás Maduro. O show do governo acontece a apenas 300 metros do local do show de Branson, sob os slogans ‘Para a guerra, nada’ e ‘Hands off Venezuela’ (Tirem as mãos da Venezuela).

Segundo a imprensa venezuelana e colombiana, contudo, há poucas pessoas reunidas aguardando o início do espetáculo. Até o momento também não foram anunciadas a atrações que se apresentarão.

Os produtores do evento na Colômbia afirmam que, apesar da proximidade, dificilmente o som de um show vai interferir no outro.

“Venezuela Aid”

O show “Venezuela Aid Live” é apoiado pelo líder opositor Juan Guaidó, reconhecido como presidente interino da Venezuela por quase 50 países.

Continua após a publicidade

A primeira artista no palco foi a venezuelana Reymar Perdomo, que com a canção “Me fui”, suscitou a histeria entre os presentes, já que essa música é considerada o “hino da indignação” pela situação do país.

“A partir deste momento, nosso país vai ser diferente e livre. A Venezuela é muito mais do que petróleo”, manifestou um dos apresentadores do espetáculo.

Perdomo, que deixou o país há alguns de anos pela escassez de alimentos e remédios, agradeceu aos presentes. “Obrigado por transformar esta canção no hino da imigração venezuelana. Viva a Venezuela!”.

Concerto Venezuela Aid
Pessoas assistem ao concerto “Venezuela Aid Live” na fronteira da Colômbia com a Venezuela em Cúcuta, Colômbia – 22/02/2019 (Raul Arboleda/AFP)
Continua após a publicidade

No total serão 32 artistas de Argentina, Colômbia, Espanha, Estados Unidos, México, Porto Rico, Suécia e Venezuela que participarão do concerto, dividido em cinco blocos.

O quarto e quinto blocos são os mais esperados, porque neles estão os artistas de maior reconhecimento, como Maluma, Fonseca, Nacho, Silvestre Dangond e Luis Fonsi.

O encerramento do show deve contar com as presenças dos presidentes da Colômbia, Iván Duque, do Chile, Sebastián Piñera, e do Paraguai, Mario Abdo.

Ajuda humanitária

O objetivo do evento organizado pela oposição é pressionar o governo de Maduro a liberar a entrada de ajuda humanitária na Venezuela. A expectativa é de que também sejam arrecadados ao menos 100 milhões de dólares para ajuda alimentar e médica.

Continua após a publicidade

Brasil, Colômbia e Estados Unidos se mobilizam para enviar doações aos venezuelanos. Canadá e União Europeia (UE) também anunciaram ajuda em dinheiro, destinada principalmente aos refugiados do país.

Maduro, contudo, afirma que os donativos são um “presente podre” que carrega o “veneno da humilhação”, apesar de reconhecer as dificuldades que a Venezuela atravessa. O chavista também já disse que não permitirá a entrada das doações, pois são uma tentativa de “invasão estrangeira”.

O evento planejado pelo presidente para este final de semana foi destinado justamente a denunciar a “agressão” a que os países vizinhos da Venezuela estão tentando submeter o país ao enviar doações aos cidadãos, segundo Maduro.

Desde a noite de quinta-feira, 21, a fronteira entre a Venezuela e o Estado de Roraima está fechada pelos militares chavistas. Nesta sexta, militares abriram fogo contra um grupo de civis que tentava manter aberta uma passagem na região, matando dois indígenas e deixando 14 feridos.

(Com EFE e AFP)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 5,99/mês
DIA DAS MÃES

Revista em Casa + Digital Completo

Receba 4 revistas de Veja no mês, além de todos os benefícios do plano Digital Completo (cada revista sai por menos de R$ 9)
A partir de 35,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a R$ 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.