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Simpatizantes de Guaidó deixam a embaixada da Venezuela em Brasília

Desocupação aconteceu após negociações acompanhadas pelo Itamaraty; 4 pessoas foram detidas durante confusões no local

Por Julia Braun Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 13 nov 2019, 18h09 - Publicado em 13 nov 2019, 17h54

Apoiadores do autoproclamado presidente da Venezuela, Juan Guaidó, deixaram a embaixada do país em Brasília após uma ocupação que durou mais de 12 horas. Segundo a Polícia Militar, os simpatizantes do opositor deixaram o local juntos, em um ônibus.

A desocupação foi voluntária e aconteceu após negociação acompanhada pelo Ministério de Relações Exteriores brasileiro.

O grupo de simpatizantes de Guaidó invadiu o local por volta das 4h da manhã desta quarta. Durante o período em que permaneceram na representação diplomática, muitos manifestantes favoráveis e contrários à ocupação passaram a se reunir no entorno da embaixada.

De acordo com a PM, durante o dia foram registradas brigas que acabaram em luta corporal. Ao menos quatro pessoas foram detidas para prestarem depoimento.

Aliados do regime de Nicolás Maduro denunciaram a invasão desde as primeiras horas da manhã. Enquanto isso, a embaixadora representante do governo de Gauidó no Brasil, Maria Teresa Belandria, afirmou que um grupo de funcionários decidiu abrir as portas e entregar as chaves da representação diplomática voluntariamente.

Segundo o relato, os funcionários permitiram o acesso ao local de Tomas Silva, ministro-conselheiro reconhecido pelo governo brasileiro, já que a própria Belandria está fora do país. Eles também teriam reconhecido Guaidó como presidente legítimo do país.

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Em uma nota publicada na tarde desta quarta, o governo de Maduro negou a informação. Segundo o Ministério das Relações Exteriores venezuelano, essas alegações foram feitas para “diminuir a responsabilidade” dos atos cometidos.

A Venezuela ainda condenou a “passividade das autoridades policiais brasileiras” e “seu desinteresse em cumprir suas obrigações de proteção”. 

O governo brasileiro chamou de “invasão” a ocupação da embaixada e afirmou que o presidente Jair Bolsonaro “jamais tomou conhecimento e, muito menos, incentivou” os atos. Em uma nota divulgada durante a tarde, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República afirmou que as forças de segurança da União e do Distrito Federal estavam tomando providências para que a situação “se resolva pacificamente e retorne à normalidade”.

No Twitter, Bolsonaro também afirmou que o governo estava tomando “as medidas necessárias para resguardar a ordem pública”.

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Juan Guaidó se autoproclamou presidente da Venezuela em janeiro deste ano, após declarar que Nicolás Maduro “usurpou” o poder ao fraudar a votação que levou a sua reeleição em 2018. Brasil, Estados Unidos e outras dezenas de países reconheceram o líder da oposição como presidente legítimo.

Esta foi a primeira vez que os representantes de Guaidó entraram na embaixada, ainda controlada pelo chavistas, desde que presidente Bolsonaro aceitou as credenciais da equipe do opositor, no início do ano.

A diplomacia de Guaidó vinha tentando tomar o prédio e desalojar os funcionários enviados por Maduro – que não tem mais relacionamento diplomático com o Brasil.

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