Singapura não cobrirá gastos médicos de quem recusar vacina contra Covid
Com 70% dos leitos ocupados, governo diz que não vacinados contribuem de forma desproporcional em gastos dos recursos de saúde
O governo de Singapura anunciou nesta terça-feira, 9, que os gastos médicos de pessoas com Covid-19 que se negaram a ser vacinadas não serão mais cobertos pelo governo.
Atualmente, as autoridades cobrem as despesas médicas de todos os pacientes que estiverem com a doença, incluindo residentes permanentes e portadores de visto de longo prazo, desde que o resultado positivo tenha ocorrido após a chegada do exterior.
No entanto, o Ministério da Saúde informou que, a partir de 8 de dezembro, passará a cobrar pelos custos daqueles que não receberam a vacina por opção. De acordo com as autoridades, as pessoas não vacinadas são a grande maioria daqueles que ainda precisam de um tratamento intensivo e, portanto, contribuem de forma desproporcional em gastos dos recursos de saúde.
O governo continuará pagando pelo tratamento daqueles que não são elegíveis para a vacina e também para quem recebeu ao menos a primeira dose até 31 de dezembro, dando tempo para a aplicação da segunda.
Em outubro, o governo local já havia determinado que os trabalhadores que não estivessem vacinado ou não infectados recentemente, deverão apresentar teste de antígeno com resultado negativo para desempenhar suas atividades a partir de janeiro.
Singapura tem uma das maiores taxas de imunização do mundo, com cerca de 85% de toda a população elegível totalmente vacinada. No entanto, o país passa por um aumento constante no número de casos desde outubro, quando quando adotou medidas mais incisivas para reabrir o território.
O relaxamento, no entanto, fez com que o número de casos disparasse e obrigou o governo a recuar no processo de reabertura, elevando tensões sobre uma possível sobrecarga de leitos de UTI, que já têm taxa de ocupação de 70%.
Nas últimas três semanas, o número de casos se estabilizou em torno de 3.000 , sendo 99% considerados leves ou assintomáticos. Para aumentar a cobertura da vacina, as autoridades estão avaliando a aplicação de doses dos imunizantes da Pfizer em crianças de 5 a 11 anos.
Ao todo, desde o início da pandemia, o país registrou mais de 221.000 casos de Covid-19, incluindo 511 mortes.