Síria acusa Israel de atacar aeroportos, arriscando ampliação da guerra
Se for real, a investida israelense em território sírio eleva o risco de uma guerra regional após o ataque mortífero do grupo terrorista palestino Hamas
A televisão estatal da Síria disse nesta quinta-feira, 12, que Israel lançou ataques aos principais aeroportos da capital Damasco e à cidade de Aleppo, no norte do país.
A emissora local Sham FM afirmou que as defesas aéreas sírias foram acionadas em resposta a ambos os ataques. De acordo com a reportagem, houve danos, mas não houve vítimas no aeroporto de Aleppo. Não há informações sobre o impacto do ataque no aeroporto de Damasco.
Os militares israelenses não emitiram nenhuma declaração em resposta à acusação, mas geralmente não comentam tais incidentes.
Durante anos, Israel realizou ataques contra o que descreve como alvos ligados ao Irã na Síria, incluindo contra os aeroportos de Aleppo e Damasco. Essas investidas têm como objetivo interromper as linhas de abastecimento iranianas para a Síria, imersa em uma guerra civil desde 2011, onde a influência de Teerã cresceu desde que declarou apoio à ditadura liderada por Bashar al-Assad há mais de dez anos.
A ação mais recente havia sido no dia 3 de outubro, e feriu dois soldados sírios em Deir Ez-Zor, no nordeste do país. Ataques mais sérios já ocorreram, como o bombardeio de unidades da Guarda Revolucionária do Irã no país e de depósitos de armas químicas de Assad.
A acusação da Síria ocorre um dia antes da visita do ministro das Relações Exteriores do Irã, Hossein Amirabdollahian, a Damasco.
Se for real, o ataque eleva o risco de uma guerra regional após o ataque sem precedentes a Israel do grupo terrorista palestino Hamas no sábado 7, que matou mais de 1.200 israelenses.
Na terça-feira 10, houve troca de disparos de morteiros na região das colinas de Golã, território sírio ocupado por Israel desde a Guerra dos Seis Dias, em 1967. As Forças de Defesa de Israel (FDI) suspeitam que o ataque foi iniciado pelo Hezbollah, grupo terrorista libanês que também conta com o apoio do Irã, como forma de buscar dividir a atenção dos soldados israelenses das ações contra Gaza e o Hamas, no sul do país.