O presidente da França, Emmanuel Macron, anunciou nesta quarta-feira, 31, que as restrições do país contra a propagação do novo coronavírus serão ampliadas devido a temores com um possível colapso do sistema de saúde, sobretudo após a descoberta de uma nova variante.
A partir deste sábado, 2, as regras de circulação em vigor nas regiões com mais infecções, incluindo Paris, serão estendidas ao resto do país por pelo menos quatro semanas. Até escolas e creches, que seguiram com aulas presenciais durante o segundo lockdown em novembro passado, serão fechadas por três semanas – como ocorreu no início da pandemia.
“Perderemos o controle se não nos movermos agora”, disse Macron, que há muito tempo resiste aos apelos por outro bloqueio nacional.
Em pronunciamento, o presidente declarou ser “a melhor solução para desacelerar o vírus”, acrescentando que a França conseguiu manter suas escolas abertas por mais tempo do que muitos vizinhos.
“Fizemos de tudo para atrasar essas decisões o máximo possível e só estamos fazendo isso agora, quando é necessário”, disse.
O objetivo é evitar o risco de sobrecarga dos hospitais por conta da nova variante encontrada, a mutação HMN.19B, ou Henri-Mondor, em referência ao nome de um hospital em Crétil onde a cepa foi identificada após casos confirmados de Covid-19 em três profissionais no início de fevereiro.
A entidade que gere os hospitais parisienses, Assistance Publique-Hôpitaux de Paris (AP-HP), informou que ela já circula ativamente e contagiou pelo menos 29 pacientes da região metropolitana de Paris, do sudeste e do sudoeste da França, quatro semanas após sua descoberta.
É a sexta mutação do vírus, que se soma à brasileira (P.1), inglesa (B.1.1.7), californiana (CAL.20C), sul-africana (B.1.351) e nova-iorquina (B.1.2526). Pouco se sabe, contudo, sobre a capacidade de contágio da variante, produção de quadros clínicos graves e sua resposta a tratamentos e vacinas.
A pandemia já matou 95.337 pessoas na França, chegando a levar unidades de terapia intensiva nas regiões mais afetadas ao ponto de colapso. Mais de 4,6 milhões de pessoas foram infectadas.