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Sob vaias e aplausos na ONU, Netanyahu cita Bíblia e promete ‘concluir o trabalho’ em Gaza

No púlpito da Assembleia Geral, primeiro-ministro de Israel dedicou a fala às 'famílias de nossos queridos reféns, definham nas masmorras de Gaza'

Por Paula Freitas Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 26 set 2025, 12h25 - Publicado em 26 set 2025, 10h54

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanayhu, foi recebido com vaias e aplausos e viu dezenas de delegações, incluindo a do Brasil, deixar o plenário antes de iniciar o seu discurso na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), um reflexo da polarização sobre a guerra em Gaza. No púlpito, Netanyahu dedicou a fala às “famílias de nossos queridos reféns, definham nas masmorras de Gaza”. Acredita-se que apenas 20 dos 48 sequestrados mantidos pelos militantes ainda estejam vivos.

O premiê pintou um cenário de vitória generalizada: disse que as forças israelenses controlaram os hutis do Iêmen, aniquilaram a “maior parte da máquina terrorista do Hamas”, incapacitaram o Hezbollah, fazendo referência às explosões de pagers que também mataram civis, derrotaram o regime de Bashar al-Assad na Síria, detiveram milícias iranianas no Iraque e “devastaram” o programa de mísseis do Irã.

“No ano passado, eu subi a este púlpito e mostrei este mapa. Ele mostra a maldição do eixo do terror do Irã. Esse eixo ameaçava a paz de todo o mundo. Ameaçava a paz de todo o mundo, a estabilidade de nossa região e a própria existência do meu país, Israel”, disse ele, segurando um cartaz com um mapa escrito “a maldição”.

“O Irã estava desenvolvendo rapidamente um vasto programa de armas nucleares e um enorme programa de mísseis balísticos. Esses programas não tinham como objetivo apenas destruir Israel; também visavam ameaçar os Estados Unidos e chantagear nações em todos os lugares”, acusou o primeiro-ministro israelense.

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Elogio a Trump

Netanyahu afirmou que o Hamas cometeu “atos de selvageria indescritíveis”, o Hezbollah “lançou milhares de mísseis e foguetes contra nossas cidades, aterrorizando nossos cidadãos”, Assad abrigou forças do Irã e os hutis lançaram mísseis balísticos contra Israel enquanto “sufocavam o comércio global”. Ele, então, disse que todos eles foram eliminados ou detidos.

O primeiro-ministro citou a Bíblia ao explicar o nome dado à operação no Irã e disse que os bombardeios entrarão “registros da história militar”. Ele também agradeceu ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pela “ação ousada e decisiva”, referindo-se aos ataques dos EUA a instalações nucleares iranianas. Ele também advertiu que o mundo deve permanecer “vigilante” em relação ao Irã e apelou ao Conselho de Segurança da ONU a restabelecer as sanções contra o país.

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Ameaças contra Hamas

Sobre Gaza, Netanyahu disse que os soldados israelenses foram responsáveis pelos “combates militares mais impressionantes da história”. Ele alertou que parte da cúpula do Hamas permanece em atividade e promete repetir as “atrocidades” dos ataques de 7 de outubro “de novo, de novo e de novo, não importa o quão desmembradas suas forças estejam”, acrescentando: “é por isso que Israel deve concluir o trabalho; é por isso que queremos fazê-lo o mais rápido possível”.

O premiê disse que os “monstros” do Hamas levaram mais de 250 reféns, incluindo “sobreviventes do Holocausto, avós e netos”. Ele repetiu os nomes dos sequestrados e disse que eles estão sendo “privados de luz solar, privados de humanidade”. Netanyahu também mandou um recado àqueles mantidos em cativeiro em Gaza, explicando que o discurso estava sendo transmitido em alto-falantes no enclave: “Não os esquecemos, nem por um segundo. O povo de Israel está com vocês; não vacilaremos e não descansaremos até trazer todos vocês para casa”, disse ele.

Netanyahu também advertiu os militantes: “Larguem as armas, deixem meu povo ir, libertem os reféns, todos eles”, advertindo que “se o fizerem, viverão; se não, Israel irá caçá-los”. Ele argumentou que, se o Hamas concordar com os termos de Israel, a guerra pode acabar. De forma irônica, Netanyahu questionou pessoas que dizem que a guerra não as interessa e levantou um cartaz com um quiz, escrito: “quem grita ‘morte aos EUA’?”, com opções “Irã”, “Hamas”, “Hezbollah”, “Hutis” e “Todos acima”. Ele também criticou líderes mundiais.

“Com o tempo, muitos líderes mundiais cederam, eles cederam sob a pressão de uma mídia tendenciosa, de comunidades islâmicas radicais e de grupos antissemitas”, acusou ele. “Há um ditado familiar: ‘quando a situação fica difícil, os fortes seguem em frente’. Bem, para muitos países aqui, quando a situação ficou difícil, vocês recuaram.”

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O primeiro-ministro condenou as acusações de genocídio, alegando que o país faz mais para proteger civis do que qualquer outro exército na história. Mais de 65 mil palestinos foram mortos — entre eles, 440 por fome, incluindo 144 crianças — desde 7 de outubro de 2023. Somente um em cada quatro palestinos detidos em prisões em Israel são membros do Hamas ou da Jihad Islâmica Palestina, revelou o jornal britânico The Guardian no início deste mês com base em dados militares israelenses.

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Reconhecimento da Palestina

Sobre a onda de reconhecimento da Palestina, Netanyahu traçou paralelos entre os atentados de 7 de outubro e 11 de setembro: “Dar um Estado aos palestinos a uma milha de Jerusalém depois de 7 de outubro é como dar um Estado a Al Qaeda a uma milha de Nova York depois do 11 de setembro. Isso é loucura, é insano e nós não vamos fazer isso”, declarou.

“Aqui vai outro recado a esses líderes ocidentais: Israel não vai permitir que vocês empurrem um Estado terrorista garganta abaixo. Não vamos cometer suicídio nacional porque vocês não tem coragem de enfrentar uma mídia hostil e multidões antissemitas que exigem o bloqueio de Israel”, continuou ele.

A França seguiu os passos nesta segunda-feira, 22, do Reino Unido, Canadá, Austrália e Portugal no reconhecimento do Estado da Palestina. Os quatro países anunciaram neste domingo, 21, às vésperas da reunião em Nova York, a validação do Estado palestino como um caminho para a solução de dois Estados. Mais de 140 países dos 193 países-membros da ONU, incluindo o Brasil, reconhecem a Palestina.

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