O Chile registrou ao menos 112 mortos nesta segunda-feira, 5, após três dias de incêndios florestais avassaladores, que destruíram bairros inteiros e ainda não puderam ser controlados pelos bombeiros. O presidente chileno, Gabriel Boric, alertou que o país sul-americano enfrenta uma “tragédia de grande magnitude”.
As autoridades avaliam que o número de mortos deve aumentar, já que ao menos 300 pessoas ainda estão desaparecidas. Muitos dos corpos foram encontrados em casas devastadas pelos incêndios florestais. Quando o Serviço Médico Legal do Chile contabilizou as vítimas fatais no sábado 3, ainda eram 51.
Chamas descontroladas
O fogo ganhou força na sexta-feira 2 e, agora, beira as cidades costeiras de Vina del Mar e Valparaíso, a oeste da capital Santiago, populares entre os turistas. Lá vivem mais de um milhão de habitantes.
Imagens aéreas das mídias locais mostram bairros inteiros queimados. Quando conseguem, moradores voltam ao lar para vasculhar os escombros em busca de seus pertences. Ao redor, carros incendiados cobrem quase todas as vias.
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No domingo 4, o vice-ministro do Interior, Manuel Monsalve, disse que havia 165 incêndios ativos no país. Segundo ele, cerca de 14.000 casas foram danificadas apenas nas áreas de Vina del Mar e Quilpué.
Resposta das autoridades
As autoridades das áreas mais atingidas pelos incêndios introduziram um toque de recolher às 21h do horário local e militares foram enviados para ajudar os bombeiros a conter a propagação do fogo. Em paralelo, helicópteros despejam água do alto para tentar apagar as chamas.
Boric anunciou dois dias de luto nacional a partir desta segunda-feira, e afirmou que o Chile deveria se preparar para mais más notícias. Ele canalizou fundos para as áreas mais atingidas pelo fogo.
“Estamos juntos, todos nós, lutando contra a emergência. A prioridade é salvar vidas”, disse o presidente chileno.
Desastre sem precedentes
Embora incêndios florestais sejam recorrentes durante o verão do Hemisfério Sul, este já é o pior desastre nacional do Chile desde o terremoto que atingiu o país em 2010, no qual morreram cerca de 500 pessoas.
No ano passado, durante uma onda de calor recorde, incêndios mataram cerca de 27 pessoas e consumiram mais de 400 mil hectares de terra.