Subiu para mais de 300 o número de mortos no ataque com caminhão-bomba em Mogadício, na Somália, no último sábado, segundo o ministro da informação do país, Abdirahman Osman. Entre as vítimas estão quinze crianças. Outras 400 pessoas ficaram feridas, muitas com gravidade, e setenta ainda estão desaparecidas.
O governo responsabiliza o grupo extremista Al Shabab, que ainda não se pronunciou. Em publicação no Twitter, Osman classificou o ataque como cruel e disse que países como Turquia e Quênia ofereceram ajuda médica.
O atentado teve como alvo uma avenida muito movimentada do distrito de Hodan, um bairro comercial da capital que abriga muitas empresas e hotéis. O caminhão-bomba explodiu ao lado de um caminhão-tanque que transportava combustível, criando uma enorme coluna de fogo.
Os edifícios e veículos próximos ao local da explosão ficaram muito danificados. O ataque deixou vários corpos carbonizados ou mutilados. O presidente da Somália, Mohamed Abdullahi Mohamed, declarou três dias de luto e pediu que a população doe sangue aos hospitais.
Washington condenou o atentado. “Ataques covardes como este revigoram o compromisso dos Estados Unidos em ajudar nossos parceiros africanos no combate ao terrorismo”, diz comunicado. O secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Antonio Guterres, pediu “união diante do terrorismo”.
A explosão ocorreu dois dias após um encontro entre o chefe do Comando dos Estados Unidos na África e o presidente da Somália, e também dois dias depois de o ministro da Defesa e do chefe do exército do país renunciarem por motivos não revelados.
Neste ano, militares americanos intensificaram seus ataques com drone e outros esforços contra o Al Shabab no país. Até agora, o atentado mais violento da história da Somália havia acontecido em outubro de 2011, quando a explosão de um caminhão-bomba em um complexo ministerial da capital deixou pelo menos 82 mortos e 120 feridos.
(Com Estadão Conteúdo)