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Soldado dos EUA é condenado a quase 4 anos de prisão na Rússia

Gordon Black foi acusado de roubo e ameaça de homicídio contra uma mulher, supostamente sua namorada; Sentença será cumprida em colônia penal russa

Por Da Redação
19 jun 2024, 14h00

Um tribunal na Rússia condenou nesta quarta-feira, 19, o soldado americano Gordon Black a três anos e nove meses em uma colônia penal por roubo e ameaça de homicídio, de acordo com a agência de notícias estatal RIA Novosti. O sargento de 34 anos foi preso em maio deste ano na cidade de Vladivostok, onde teria roubado 10 mil rublos (cerca de R$ 612) de uma mulher, supostamente sua namorada, a quem também teria agredido e ameaçado de morte, no mês anterior. O casal teria se conhecido na Coreia do Sul, informou a agência de notícias russa TASS.

Embora tenha admitido culpa pela acusação de roubo, Black declarou inocência quanto à intimidação contra a mulher. Na audiência do Tribunal Distrital de Pervomaisky, ele explicou que tirou o dinheiro da bolsa, mas depositou US$ 125 (R$ 683) na conta da presumida namorada para compensá-la no dia seguinte. O valor teria sido usado para comprar comida e pagar por três noites em um hotel, segundo a RIA.

O sargento americano acrescentou que a mulher, que testemunhou na segunda-feira 17, estava para receber um depósito de 10 mil rublos (cerca de R$ 612) do proprietário do apartamento em que ambos moravam de aluguel, supostamente pago por ele. A vítima, no entanto, alega que não houve qualquer forma de compensação financeira. Black recorrerá da sentença, adiantou o seu advogado à TASS.

+ Rússia diz que negocia libertação de repórter dos EUA preso por espionagem

Outros americanos presos

Um levantamento da agência de notícias Reuters, divulgado na semana passada, indicou que há ao menos 12 americanos detidos na Rússia. Entre eles estão a jornalista russa-americana Alsu Kurmasheva, o ex-fuzileiro naval Paul Whelan e o repórter Evan Gershkovich, do jornal Wall Street Journal. Os dois últimos, segundo argumentação do Departamento de Defesa dos EUA, estão presos injustamente.

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O Kremlin disse nesta segunda-feira, 17, que já entrou em contato com os Estados Unidos para negociar a soltura de Gershkovich. Sua libertação pode ocorrer mediante uma troca de prisioneiros, mas o processo das conversas entre os governos de ambos os países deve ficar longe da mídia, segundo o Kremlin.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que o presidente russo, Vladimir Putin, abordou o assunto em uma reunião com editores seniores de agências de notícias internacionais no início deste mês.

“Quero lembrá-los novamente da conversa do presidente com os chefes das agências de informação em São Petersburgo. Ele confirmou que existem tais contatos”, disse Peskov a repórteres durante um briefing. “Eles continuam, mas devem continuar a ser conduzidos em completo silêncio. Portanto, nenhum anúncio, declaração ou informação sobre esse assunto pode ser fornecido”, acrescentou.

Primeiro jornalista americano a ser detido sob acusações de espionagem na Rússia desde a Guerra Fria, há mais de três décadas, Gershkovich negou repetidamente as acusações de espionagem “flagrante”. Diversos recursos contra sua detenção foram rejeitados pela Justiça, que também já prorrogou múltiplas vezes sua prisão preventiva. O repórter de 32 anos foi detido pelo Serviço Federal de Segurança (FSB) em março de 2023.

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