Depois de seis meses escondido em prédios abandonados, um soldado russo foi preso pela polícia da Ucrânia nesta segunda-feira, 13, em Kharkiv. O militar foi encontrado durante uma patrulha na área de Kupiansk-Vuzlovyi, segundo um comunicado da polícia.
Autoridades suspeitam que o homem se separou de sua tropa durante a contraofensiva ucraniana, em setembro do ano passado, para recuperar o território tomado pela Rússia. Na época, tropas da Ucrânia expulsaram soldados de mais de 6.000 km do território, reconquistando, inclusive, áreas tomadas por Moscou no primeiro dia de invasão.
Desde a retomada, militares ucranianos passaram a percorrer a cidade em busca de soldados russos que estivessem escondidos e atuando como sabotadores. Ainda na segunda-feira, o chefe da Administração Militar Regional de Kherson, Oleksandr Prokudin, informou sobre o processo que levou à descoberta do militar, agora prisioneiro de guerra.
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“As autoridades foram avisadas sobre a presença de um grupo de infiltração diversiva russa na área e introduziram um toque de recolher mais rígido na cidade, que agora durará das 17h às 6h30, a fim de evitar baixas entre os civis, enquanto soldados e policiais estão à caça de infiltrados russos”, disse Prokudin.
Não é a primeira vez que um soldado russo é preso pelas forças de segurança locais. No ano passado, o sargento Vadim Shyshimarin, de 21 anos, foi detido e sentenciado à prisão perpétua por crimes de guerra, após atirar em um morador ucraniano desarmado. O caso inaugurou os julgamentos por questões relacionadas ao conflito, que teve início em fevereiro de 2022.
Informações colhidas por investigadores da Ucrânia foram levadas ao Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia, para que as devidas providências sejam tomadas contra cidadãos russos que tenham cometido delitos ao longo do conflito. A corte internacional é responsável por julgar crimes contra a humanidade e de guerra desde 2002, com a assinatura do Estatuto de Roma.
No entanto, Vladimir Putin, presidente da Rússia, afirmou que não reconhece o poder do tribunal e, por isso, não acatará os primeiros mandados de prisão, que devem ser emitidos em breve. De acordo com informações do jornal norte-americano The New York Times e da agência de notícias britânica Reuters, um dos promotores de Haia abrirá formalmente dois casos de crimes de guerra contra a Rússia.