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Soldados israelenses ‘em breve verão Gaza por dentro’, diz ministro

Prenúncio do chefe da Defesa de uma invasão por terra ocorre em meio à incerteza sobre abertura de passagem entre Gaza e Egito para fuga de civis

Por Amanda Péchy
Atualizado em 19 out 2023, 15h21 - Publicado em 19 out 2023, 13h22

O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, visitou o sul do país nesta quinta-feira, 19, e se reuniu com soldados na fronteira de Gaza. Lá, ele afirmou que os militares israelenses “em breve verão” o território palestino “por dentro”, em referência a uma esperada invasão terrestre.

“Estamos focados em derrotar o Hamas”, disse Gallant. “Agora vocês veem Gaza de longe. Em breve, vocês a verão de dentro”, afirmou aos soldados na fronteira

Gallant observou ainda que as Forças de Defesa de Israel (FDI) estavam se preparando para um conflito de longo prazo, ecoando uma fala anterior do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.

“Não estamos falando de uma campanha [militar] curta. Estamos falando de uma campanha prolongada”, alertou.

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O ministro da Defesa também alertou que as FDI estão preparadas para uma possível investida do Hezbollah, grupo terrorista do Líbano aliado ao Hamas. Na quarta-feira, militantes libaneses declararam que a organização estava “milhares de vezes mais forte” do que antes, em meio a trocas de bombardeios na fronteira com o território israelense, ao norte.

Um dos líderes do Hezbollah, Hashem Safieddine, em um discurso para milhares de apoiadores, disse que Netanyahu, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que visitou Tel Aviv na quarta-feira, bem como os europeus, deveriam “ter cuidado”.

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“A resposta ao erro que vocês possam cometer com a nossa resistência será retumbante”, declarou Safieddine.

+ Entenda o que é a Jihad Islâmica, aliada do Hamas contra Israel

Gallant afirmou em resposta que o Hezbollah implantou suas unidades em fortes formações defensivas para tentar desafiar Israel e as FDI.

“Estamos alertas, e se o Hezbollah quiser iniciar uma guerra, deveria primeiro olhar para as fotografias da Cidade de Gaza”, ameaçou o ministro.

Pouco depois de suas declarações, uma nova salva de foguetes foi lançada em direção ao norte de Israel. Sirenes de alerta soaram nas cidades de Even Menachem, Shomera, Abirim e Fassuta. Desde a semana passada, autoridades israelenses fazem uma operação para tirar todos os habitantes que vivem a um raio de 2 quilômetros da fronteira com o Líbano.

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+ Quem é o Hezbollah e como o grupo libanês pode complicar guerra em Israel

Crise humanitária em Gaza

O prenúncio de uma invasão terrestre ocorre logo após o canal AlQahera News, próximo dos serviços de inteligência egípcios, anunciar que passagem fronteiriça de Rafah, único ponto de trânsito para a Faixa de Gaza não controlado por Israel, será aberta nesta sexta-feira, 20, para permitir a passagem de ajuda humanitária para o território palestino.

Gaza é alvo de bombardeios ininterruptos por Israel há 13 dias, e sofre com um cerco total – há duas semanas não entram água, comida, combustível e remédios na estreita faixa onde se espremem 2,3 milhões de palestinos.

Citando “fontes”, a AlQahera News afirmou que “Rafah abrirá amanhã”, sexta-feira, sem dar mais detalhes. Na quarta-feira à noite, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse ter obtido um compromisso de seu homólogo egípcio para que “até 20 caminhões” atravessem essa passagem. O número é considerado insuficiente pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que pede ao menos 100 por dia.

+ Israel autoriza entrada de ajuda humanitária em Gaza

No entanto, o Egito enfrenta uma pressão crescente para permitir também que a população civil de Gaza atravesse a passagem de Rafah para se refugiar dos constantes bombardeios israelenses e escapar da esperada invasão terrestre.

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O presidente egípcio, Abdul Fatah Khalil Al-Sisi, se mostrou relutante com a possibilidade de receber o fluxo de um número significativo, embora desconhecido, de refugiados palestinos.

Na quarta-feira 18, al-Sisi sugeriu que os civis palestinos deslocados pelo conflito deveriam ser realocados para uma área desértica dentro de Israel, conhecido como Nakab, ou Negev. O líder egípcio enfatizou que seu país já acolhe atualmente 8,5 milhões de refugiados e não pode acomodar mais pessoas. Ele também expressou preocupação com os potenciais riscos à segurança de um influxo significativo de palestinos para o país.

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