Uma pesquisa da consultoria Cati Meganálisis divulgada pelo jornal venezuelano El Nacional nesta terça-feira, 13, mostra que apenas 6 entre 100 cidadãos da Venezuela acreditam que o resultado da eleição presidencial divulgado pelo Conselho Nacional Eleitoral é confiável. O órgão declarou a vitória de Nicolás Maduro, aprofundando uma indefinição que segue promovendo um estado de caos político no país.
Segundo a pesquisa, 92,7% dos entrevistados dizem não acreditar que os resultados apresentados pelo Conselho Nacional são verdadeiros. O número de pessoas que acreditam que o vencedor foi o candidato da oposição, Edmundo González, chega a 93,4% dos entrevistados.
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Na madrugada de 29 de julho, o Conselho Nacional Eleitoral do país anunciou a vitória de Maduro, mas até agora não apresentou os dados detalhados por mesa de votação.
A oposição denunciou fraudes e afirmou estar em posse de 80% das atas, que comprovariam a vitória de Urrutia. O governo nega as irregularidades e classifica as provas como falsas. Segundo o CNE, Maduro foi eleito com 51,2% dos votos, enquanto González ficou com 44%. Já a contagem paralela, apresentada pela oposição, coloca González como vencedor do pleito, com 67% dos votos.
Na segunda-feira, a líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, afirmou que González assumirá como novo presidente em 10 de janeiro, data em que termina o atual mandato de Maduro.
A indefinição eleitoral no país segue promovendo um estado de caos político. Os dados mais recentes, da última terça-feira, contabilizam ao menos 24 mortos e 2.200 detidos nos protestos que eclodiram após o anúncio de reeleição de Maduro. O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos manifestou nesta terça profunda preocupação com o elevado número de “prisões arbitrárias” e o “uso desproporcional” da força para reprimir manifestantes que foram às ruas contra a reeleição de Maduro.
No sábado, o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) venezuelano informou que iniciou uma auditoria das eleições. A presidente da corte, Caryslia Rodríguez, afirmou que a decisão sobre a legitimidade do pleito terá “caráter inapelável” e será de “cumprimento obrigatório”.
O TSJ é alinhado ao chavismo e realizará a perícia a pedido do próprio Maduro.