O governo da Suécia anunciou nesta quinta-feira, 4, que destinará 640 milhões de dólares adicionais para realizar mais testes de anticorpos e para fazer o procedimento de rastreio de pessoas infectadas pela Covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus.
O objetivo das autoridades do país nórdico é realizar 100.000 testes semanais, embora os balanços oficiais apontem que está se chegando a apenas um terço desse número. A justificativa é que problemas de logística estão atrapalhando a execução do plano.
“Com essa aposta, garantiremos que haja recursos suficientes para apoiar as regiões a aumentar a capacidade. É muito claro que o governo deve assumir esse custo”, disse o ministro das Finanças, Per Bolund, em entrevista coletiva.
A Suécia adotou uma estratégia menos rigorosa do que os vizinhos e a maior parte da Europa, apostando em recomendações gerais e responsabilidade individual, principalmente para proteger grupos de risco, para introduzir restrições graduais. O número de casos e mortes no país, no entanto, se tornou o dobro do que as cifras da Dinamarca, Noruega e Finlândia juntas
Os suecos também realizaram menos testes para a doença do que a média da região. Na quarta-feira, o chefe em epidemiologia da Agência de Saúde Pública da Suécia, Anders Tegnell, admitiu que deveria ter havido mais rigidez na contenção.
“Se nós enfrentássemos a mesma enfermidade, sabendo o que sabemos hoje, acho que acabaríamos fazendo algo no meio termo entre o que a Suécia fez, e o resto do mundo fez”, explicou a principal autoridade do setor, em entrevista à emissora pública nacional de rádio.
No país, houve fechamento de instituições de ensino, mas não de creches, escolas primárias, restaurantes. Foram proibidas visitas a asilos e outros locais de acolhimento de idosos. Além disso, foram limitadas a 50 pessoas as aglomerações nas ruas.
A Suécia tem registro de 41.883 casos e 4.562 mortes, com uma taxa óbitos por 100.000 habitantes muito superior ao dos vizinhos nórdicos, embora bem abaixo dos europeus mais afetados, como Espanha, Itália e Reino Unido.
(Com EFE)