Suprema Corte autoriza governo dos EUA a restringir asilo a imigrantes
Medida deve afetar especialmente cidadãos de países da América Central
A Suprema Corte dos Estados Unidos decidiu, nesta quarta-feira 11, autorizar, de forma temporária, o governo de Donald Trump a negar asilo a imigrantes que tenham passado por outros países sem pedir o mesmo tipo de proteção.
A medida deve afetar especialmente cidadãos de países da América Central, que fogem da pobreza e da violência nas cidades onde vivem e partem para buscar uma vida melhor no território americano, cruzando o México em seu caminho rumo à fronteira.
Por sete votos a favor e dois contrários, a Suprema Corte decidiu suspender uma decisão de uma instância inferior que bloqueava a medida enquanto analisa o caso. Desta forma, mesmo sem uma sentença definitiva, o governo de Trump está autorizado a negar os pedidos desses imigrantes.
O presidente americano foi rapidamente ao Twitter comemorar a decisão da Suprema Corte, chamando-a de “grande vitória”. As mudanças na política migratória foram anunciadas em julho. Em decreto, Trump proibia imigrantes que passaram por outros países sem pedir asilo aos respectivos governos de fazer a solicitação aos EUA ao chegarem à fronteira sul.
O decreto havia sido suspenso por um juiz federal da Califórnia. A Casa Branca recorreu, levando o caso à Suprema Corte.
Desde que chegou ao poder, Trump tornou os pedidos de asilo um de seus alvos políticos. Ele considera que os imigrantes abusam da legislação para entrar e trabalhar nos EUA.
Segundo dados oficiais, há 436 mil pedidos de asilo em análise no país. Nos últimos meses, o número de imigrantes da América Central que chegaram aos EUA cresceu. Maio foi o mês de maior fluxo desde 2006, com a prisão de mais de 132 mil pessoas que cruzaram a fronteira sem autorização do governo americano.
Trump vem tomando várias medidas para dificultar a migração, como separar pais de seus filhos mais novos após a passagem pela fronteira ou devolver ao México aqueles que pediram asilo aos EUA enquanto eles aguardam a resolução de seus casos.
No entanto, impedir que os imigrantes façam os pedidos depois de cruzarem outros países sem requisitar a mesma proteção é a principal aposta da Casa Branca para conter o fluxo migratório na fronteira sul.