Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana

Suprema Corte dos EUA se recusa a bloquear lei antiaborto do Texas

Nova legislação não abre exceções nem para casos de estupro ou incesto, o que faz do estado americano mais difíceis para se realizar o ato

Por Da Redação Atualizado em 2 set 2021, 12h58 - Publicado em 2 set 2021, 12h56

Em decisão no fim da noite de quarta-feira, 1, a Suprema Corte dos Estados Unidos se recusou a bloquear a entrada em vigor da lei que proíbe o aborto no estado do Texas após seis semanas de gravidez. A medida, sancionada em maio pelo governador do Texas, o republicano Greg Abbott, proíbe o aborto assim que o batimento cardíaco do feto for detectado, o que ocorre dentro das seis semanas, e é considerada a mais restritiva desde que o procedimento foi legalizado no país, em 1973. 

Os juízes da Suprema Corte rejeitaram por cinco votos a quatro o pedido emergencial feito por clínicas que realizam abortos e por entidades ligadas aos direitos civis e das mulheres.

A nova legislação não abre exceções nem para casos de estupro ou incesto, o que faz do Texas um dos estados mais difíceis para se realizar o ato e, na prática, deve banir quase a totalidade de abortos no estado, à medida que de 85% a 90% das mulheres que passam pelo procedimento estão grávidas de mais de seis semanas. 

Na justificativa, os cinco ministros que se posicionaram contra o recurso disseram que a decisão “não foi baseada em nenhuma conclusão sobre a constitucionalidade da lei do Texas”, à medida que o recurso pedia que a lei pudesse ser contestada na Justiça Federal.

Por escrito, os juízes que se opuseram à maioria disseram se tratar de uma decisão “chocante”.

Continua após a publicidade

“Frente a um pedido para barrar uma lei flagrantemente inconstitucional desenhada para proibir as mulheres de exercerem seus direitos constitucionais e fugir do escrutínio judicial, a maioria dos juízes optou por enterrar a cabeça na areia”, escreveu a juíza Sonia Sotomayor, que foi indicada por Barack Obama.

O presidente da Suprema Corte, John Roberts, afirmou que “o que estava diante do tribunal não é apenas incomum, mas sem precedentes”. 

“O Legislativo [do Texas] impôs uma proibição ao aborto depois de aproximadamente seis semanas [de gravidez] e, em seguida, essencialmente delegou a aplicação dessa proibição à população em geral. A consequência desejada parece ser isentar o estado das consequências legais de implementar e fazer cumprir o regime regulatório”, escreveu. 

Continua após a publicidade

Em resposta à decisão, o presidente americano, Joe Biden, chamou a lei de radical e prometeu defender o direito constitucional das mulhere ao aborto. Segundo o democrata, a regra irá “complicar enormemente o acesso das mulheres aos serviços de saúde, especialmente em comunidades negras ou de menores recursos”.

“Esta lei radical do Texas viola descaradamente o direito constitucional estabelecido no caso Roe vs. Wade e mantido como precedente por quase meio século”, disse em um comunicado citando a decisão da Suprema Corte de 1973 que estabeleceu o direito ao aborto nos EUA.

Uma das maiores dificuldades para o presidente americano, no entanto, é o fato de que a norma do Texas busca dificultar a vida dos tribunais, já que normalmente um processo que visa bloquear uma lei por considerá-la inconstitucional tem funcionários do governo como acusados. Mas esta nova lei proíbe que esses funcionários apliquem a legislação e delega a qualquer pessoa a possibilidade de denunciar um aborto.

Continua após a publicidade

Médicos, funcionários de clínicas, conselheiros, pessoas que ajudaram a pagar pelo procedimento e até mesmo um motorista de Uber que tenha levado o paciente até a clínica poderão ser alvos de processos. Os demandantes não precisam ter qualquer conexão com o assunto para dar início à ação judicial. 

A Suprema Corte irá analisar nas próximas semanas um caso envolvendo uma lei semelhante no Mississippi, que proíbe o aborto após a 15ª semana de gestação.

Este será o primeiro caso avaliado pela principal corte do país após o ex-presidente Donald Trump consolidar uma maioria conservadora — seis de nove membros na Corte Suprema. 

Publicidade

Imagem do bloco

4 Colunas 2 Conteúdo para assinantes

Vejinhas Conteúdo para assinantes

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

a partir de 39,96/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.