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Suprema Corte dos EUA veta questão sobre nacionalidade no censo

Segundo opositores, a pergunta coibiria imigrantes ilegais de participar e afetaria interesses dos democrata; Trump esbraveja contra decisão

Por Da Redação
Atualizado em 30 jul 2020, 19h43 - Publicado em 27 jun 2019, 18h11

A Suprema Corte dos Estados Unidos decidiu nesta quinta-feira, 27, que o governo de Donald Trump não tem argumentos suficientes para incluir uma questão sobre nacionalidade no censo americano de 2020. A decisão foi vista como uma vitória por ativistas de direitos humanos, que viam risco de a pergunta desencorajar a participação de imigrantes ilegais no país e, portanto, de a pesquisa tornar-se imprecisa.

Cinco dos nove magistrados da corte concordaram com a decisão anterior de um juiz federal de Nova York que barrou a inclusão da pergunta no próximo censo. O magistrado, no entanto, não determinou  se ela pode ser acrescentada no futuro.

Ao apresentar o plano, a Casa Branca havia alegado que a nova questão sobre nacionalidade “protegeria os eleitores da minoria.” Na decisão de hoje, a Suprema Corte alegou que essa razão foi “inventada” pelas autoridades.

Ainda nesta quinta-feira, Trump protestou contra a decisão dos juízes, afirmando que estuda o adiamento do censo de 2020 – uma medida inconstitucional. “Parece ridículo que o nosso governo, e na verdade todo o nosso país, não possa perguntar uma questão básica sobre cidadania em um censo muito caro, detalhado e importante, nesse caso, o de 2020”, bradou o americano em seu Twitter.

“Perguntei aos meus advogados se eles não podem atrasar o censo, não importa até quando, até que a Suprema Corte dos Estados Unidos tenha a informação adicional para tomar uma decisão sobre este assunto tão crucial. Alguém pode acreditar que, como um grande país, nós não possamos perguntar se alguém é ou não um cidadão? Apenas na América!”, provocou o presidente.

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O republicano apelou para a instância máxima da Justiça americana depois que tribunais bloquearam a inclusão da pergunta no censo. Alguns estados, como o de Nova York, e organizações pelos direitos dos imigrantes alegaram que a questão instigaria o medo entre os imigrantes de que as informações fossem compartilhadas com os agentes de imigração.

Obrigatório segundo a Constituição dos Estados Unidos, o censo é usado como base para repartir os assentos na Câmara dos Deputados e para distribuir os 800 bilhões de dólares dos fundos federais. O intuito da questão sobre cidadania, segundo seus oponentes, era produzir uma subcontagem intencional em regiões com muitos imigrantes e grande número de latinos.

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Essas áreas são tradicionalmente bolsões de eleitores democratas e teriam o número de representantes reduzido caso seus moradores não participassem do censo, ajudando o governo republicano e os americanos não hispânicos.

Apesar de não poderem votar, os imigrantes não naturalizados americanos correspondem a 7% da população do país e são contabilizados na hora de distribuir o número de assentos por estado.

Aliados de Trump responderam que a pergunta garantiria o fortalecimento do direito ao voto. A declaração de cidadania não faz parte do questionário do censo desde 1950. De acordo com o Departamento do Censo dos Estados Unidos, 6,5 milhões de pessoas não responderiam à pesquisa, se incluída no questionário.

 

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