Quatro casos de ebola foram confirmados na República Democrática do Congo, segundo o Ministério da Saúde, apenas um mês depois de a Organização Mundial de Saúde (OMS) ter declarado o fim de um nova epidemia. As autoridades médicas deverão usar um tratamento experimental contra a doença.
Os casos confirmados ocorreram próximos da cidade de Mangina, na província de Kivu do Norte. O total de enfermos do atual surto para 21, informou o ministério. Duas outras pessoas, uma próxima de Mangina e outra na cidade de Beni, morreram depois de terem contraído o vírus, disse o ministério. No total, acredita-se que a febre hemorrágica tenha matado 38 pessoas, embora vários casos não tenham sido confirmados.
Autoridades começaram nesta semana a vacinar funcionários das equipes de saúde e pessoas que tiveram contato com pacientes. A vacina experimental, produzida pela Merck, se mostrou eficaz contra o surto do vírus no Congo, encerrado no final do mês passado.
Autoridades também estão prontas para usar um tratamento experimental, chamado de mAB114, em pacientes diagnosticados com ebola pela primeira vez, disse Steve Ahuka, um virologista do Instituto Nacional de Pesquisa Biomédica (INRB), na capital Kinshasa.
O tratamento foi desenvolvido nos Estados Unidos usando anticorpos de sobreviventes de um surto de ebola ocorrido na cidade congolesa de Kikwit em 1995. O medicamento se mostrou 100% efetivo quanto testado em macacos.
“É experimental, então estamos seguindo o protocolo. O tratamento foi submetido à comissão de ética, que deu aprovação”, disse Ahuka, acrescentando que ele deverá ser usado nos próximos dias.
Ele disse que outros tratamentos experimentais, incluindo ZMapp, uma droga sintetizada a partir de anticorpo produzida pela Mapp Biopharmaceuticals, em San Diego, também poderão ser usados.
O ebola causa insuficiência renal e hepática e, em muitos casos, hemorragias interna e externa. Os sintomas iniciais são de febre, vômito e diarréia. Provocada por um vírus, a doença se espalha a outras pessoas por meio dos fluidos corporais. O vírus matou mais de 11 mil pessoas no oeste da África entre 2013 e 2016.
(Com Reuters)